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Vendas de imóveis na cidade de SP crescem 172% em janeiro; valor vendido é o maior desde 2012

15 mar 2018, 23:32 - atualizado em 15 mar 2018, 23:32

Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

Em janeiro, foram vendidos na cidade de São Paulo 1.692 imóveis residenciais novos, 65,9% menos que em dezembro, mas 172% mais que em janeiro de 2017. Os dados são da Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada pelo Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Em dezembro, foram vendidas 4.969 unidades e, em janeiro de 2017, 622. Os números reforçam a expectativa de recuperação do mercado imobiliário na maior cidade do país, acompanhando a retomada da economia.

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No acumulado de 12 meses encerrados em janeiro, foram vendidas 24.699 unidades, um aumento de 55,9% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando as vendas totalizaram 15.842 unidades.

Período mais fraco

Habitualmente, o mercado imobiliário em janeiro é influenciado pela sazonalidade do período, pelas férias escolares e os feriados prolongados, que se refletem na queda de visitação nos estandes de lançamentos e vendas. Outro fator marcante nos resultados do início do ano é a comparação entre o comportamento do setor com dezembro, mês que costuma apresentar os melhores indicadores. Logo, o melhor mais adequado é comparar o desempenho de janeiro com o mesmo mês do ano anterior ou com os dados acumulados de 12 meses.

Lançamentos crescem 1.338%

De acordo com dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), a cidade de São Paulo registrou, em janeiro de 2018, o total de 748 unidades residenciais lançadas, volume 91,4% inferior a dezembro de 2017 (8.673 unidades), porém 1.338,5% acima do resultado de janeiro de 2017 (52 unidades).

No acumulado de 12 meses, foram lançadas 29.353 unidades residenciais na capital paulista, 60,7% acima do registrado no mesmo período de 2017 (18.261 unidades).

Estoque cai 10,3% em janeiro, para 21 mil unidades

Oferta de imóveis novos – A capital paulista encerrou janeiro de 2018 com a oferta de 21 mil unidades disponíveis para venda. Esta oferta é formada por imóveis na planta, em construção e prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (fevereiro de 2014 a janeiro de 2018). Houve redução de 4,7% em relação a dezembro de 2017 (22.040 unidades) e redução de 10,3% em comparação a janeiro de 2017 (23.414 unidades).

Dois dormitórios lideram vendas e lançamentos

Destaques do mês – Os imóveis de 2 dormitórios destacaram-se em todos os indicadores de desempenho. Registraram maior quantidade de vendas (1.243 unidades), de lançamentos (626 unidades) e de oferta (11.801 unidades), além do maior VSO (Venda Sobre Oferta) de 9,5%. Os imóveis de 1 dormitório ficaram com o segundo maior volume de lançamentos (110 unidades) e com a segunda maior quantidade de vendas (203 unidades).

Imóveis com menos de 45 m² de área útil lideraram os lançamentos (390 unidades), as vendas (1.028 unidades), a quantidade de imóveis ofertados (8.982 unidades) e tiveram o melhor VSO (10,3%).

Preço de até R$ 240 mil 

Unidades com preços até R$ 240.000,00 registraram a maior quantidade de lançamentos (616 unidades), de vendas (969 unidades), melhor índice VSO (12,7%) e a maior concentração de oferta (6.659 unidades). Os imóveis na faixa de preço entre R$ 240.001,00 e R$ 500.000,00 ocuparam a segunda colocação, com 330 unidades vendidas e 120 unidades lançadas.

Em janeiro de 2018, a zona Oeste da cidade de São Paulo destacou-se com a maior quantidade de lançamentos (560 unidades), de vendas (459 unidades) e de oferta de imóveis (5.382 unidades). O maior VSO (9,9%) foi registrado na zona Norte.

“Novamente, o destaque ficou por conta do desempenho de vendas de imóveis de 2 dormitórios, com preços de até R$ 240.000,00. Entretanto, houve crescimento em todas as tipologias, demonstrando melhora no mercado imobiliário em geral”, observa Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Volume de vendas é o maior desde 2012

Em termos monetários, a venda de imóveis totalizou R$ 689,6 milhões, o melhor VGV (Valor Global de Vendas) para um mês de janeiro desde 2012, ano em que foram registrados R$ 737,9 milhões (valores corrigidos pelo INCC-DI). Vale considerar que a base de comparação de lançamentos de janeiro de 2017 ainda era muito baixa, pois os resultados refletiam os efeitos da crise econômica. Somente a partir do segundo trimestre, o mercado imobiliário de São Paulo começou a reagir, ganhando força no último trimestre do ano.

Juros baixos favorecem recursos para o setor

O atual patamar da Selic, de 6,75% ao ano, resulta em benefícios para o mercado imobiliário, uma vez que torna a caderneta de poupança atrativa, tanto em termos de rentabilidade quanto no aspecto da segurança. Com o aumento do saldo da poupança, crescem os recursos direcionados para financiamentos imobiliários, com taxas de juros mais baixas para o consumidor.

Expectativa de mais investimentos

Para Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing da entidade, este cenário proporciona oportunidades. “Quem tinha aplicações que antes chegavam a render até 1% ao mês, viu a rentabilidade cair. Diante disso, as pessoas migraram para um mercado que, por hora, está com preços reduzidos e com excelente expectativa de valorização, como o de imóveis”, afirma.

O vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos, Emilio Kallas, alerta que, apesar do bom desempenho do mercado imobiliário da Capital, persiste a preocupação com a necessária calibragem da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do município (Zoneamento). “Os atuais regramentos encarecem os empreendimentos e inibem o desenvolvimento de novos projetos”, assinala.

Questão dos distratos ainda preocupa o setor

Flavio Amary, presidente da entidade, ressalta que o momento econômico contribui para aumentar a confiança, atrair investimentos e trazer segurança ao ambiente de negócios. Ele lamenta que a votação da reforma da Previdência tenha sido adiada, mas enxerga a oportunidade de avançar com outros temas importantes. “Não votar a reforma é negativo para a economia, mas, por outro lado, evoluir com assuntos como os distratos na pauta legislativa terá efeito benéfico para todo o setor”, diz.

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