Economia

XP: Governo se complica com anúncio do FGTS

23 jul 2019, 11:01 - atualizado em 23 jul 2019, 13:21
Analistas avaliam liberação de recursos pelo governo (Imagem: Palácio do Planalto)

A XP Investimentos divulgou relatório avaliando a finalização pelo Palácio do Planalto de MP (Medida Provisória) que autorizará a liberação de saque do FGTS.

De acordo com as notícias recentes, o valor que poderá ser sacado é de até R$ 500 e deverá ser iniciado em setembro deste ano. O valor total a ser retirado pelo trabalhador poderá chegar a R$ 1 mil, caso tenha uma conta ativa e outra inativa.

“Nossa visão é de que o governo se complica com o anúncio, ao blindar setores escolhidos”, avalia a corretora, destacando ainda que a medida poderá não ter os efeitos esperados sobre o crescimento caso o valor total a ser sacado caia abaixo de R$ 30 bilhões e caso as regras de saque sejam muito limitadas.

Neste sentido, o setor a ser beneficiado seria o de construção civil, por depender dos recursos do FGTS para suas operações, tendo em vista que os consumidores utilizam tais recursos na aquisição de um imóvel.

Setor a ser blindado pelo governo é de construção civil (Imagem: Agência Brasil)

“Além disso, a medida pode limitar o impacto nas vendas do setor de varejo”, conclui a XP Investimentos.

UBS compara com Temer

Em relatório divulgado na semana passada, os analistas do UBS compararam a liberação dos recursos com a ocorrida durante o Governo Temer. “Analisamos os resultados trimestrais de onze varejistas brasileiras. Para seis dessas onze, a retirada do FGTS não teve impacto direto nos resultados”, afirma o UBS. Dentre as companhias beneficiadas, destaque para Lojas Renner (LREN3) e Hering (HGTX3).

Em adição, os analistas destacam que varejistas de bens de consumo eletrônicos, como a Via Varejo (VVAR3) e a Magazine Luiza (MGLU3), lançaram estratégias específicas de redes sociais para melhor aproveitamento das vendas na margem.

Por fim, o banco destaca que o momentum econômico atual é superior ao de 2017, pela melhora tanto na confiança do consumidor quanto no patamar de inadimplência.

BofA ML: “conter revisões”

O Bank of America Merrill Lynch avalia que a liberação do recurso do FGTS pelo governo pode “conter revisões para baixo do crescimento do PIB”, que se encontra em 0,82% para 2019.

“Devemos avaliar o tamanho do impacto, porque se parte dos fundos for pra poupança ou para pagameno de dívidas então o impacto na economia seria mais limitado”, afirmam os analistas David Beker, David Hauner, Claudio Irigoyen e Ana Madeira.

Credit Suisse e construtoras

Por sua vez, o Credit Suisse pondera em relatório que “a retirada do FGTS pode impactar os planos de crescimento de MRV (MRVE3),  Direcional (DIRR3) e Tenda (TEND3), e trazer maior volatilidade aos lançamentos”.

Os analistas Luis Stacchini e Vanessa Quiroga consideram que as retiradas do fundo pode representar menos recursos disponíveis para empréstimos das construtoras de baixa renda.

Bradesco avalia varejo

O Bradesco divulgou relatório sobre o setor de varejo, no qual os analistas acredita que as “principais recomendações de compra são as ações de Magazine Luiza (MGLU3), BK Brasil (BKBR3), Lojas Renner (LREN3) e CVC Brasil (CVCB3)”.

 

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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