Política

Veja resumo sobre o vazamento de mensagens do ministro da justiça Sérgio Moro

10 jun 2019, 11:27 - atualizado em 10 jun 2019, 11:27
Ministro sofreu ataque cibernético na última semana, “The Intercept” nega envolvimento (Imagem: Marcos Corrêa/PR)

Conversas entre o ministro da Justiça Sérgio Moro e a força-tarefa da “Operação Lava Jato” foram divulgadas pelo site “The Intercept” neste último domingo (9). Segundo o site, as conversas foram obtidas por uma fonte anônima.

O site relata que Deltan Dallagnol não tinha muita certeza sobre a fundamentação de sua acusação no caso do triplex contra o ex-presidente Lula e que a base para o processo poderia ser questionada.

“Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre Petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua”, escreveu.

Após a formalização da denúncia do Ministério Público Federal houve uma disputa para definir se o caso iria para São Paulo ou para Curitiba. A decisão final deixou o caso no Paraná.

Abertura das mensagens

Segundo o site, durante a investigação, o atual ministro da justiça, Sérgio Moro, trocava mensagens com Dallagnol. Em uma das mensagens, existe questionamento sobre a divulgação de conversas entre Lula e Dilma.  “A decisão de abrir está mantida mesmo com a nomeação, confirma?”, perguntou Dallagnol. “Qual é a posição do MPF?”, questiona Moro. “Abrir”, afirma Dallagnol.

Após a abertura, o ato de abri-la repercutiu de forma ruim, segundo a conversa dos ministros.  ” A liberação dos grampos foi um ato de defesa. Analisar coisas com hindsight privilege é fácil, mas ainda assim não entendo que tivéssemos outra opção, sob pena de abrir margem para ataques que estavam sendo tentados de todo jeito…[…]”, diz Dallagnol.  “Não me arrependo do levantamento do sigilo. Era melhor decisão. Mas a reação está ruim.”, afirma Moro.

Por causa dessa repercussão, em outra conversa entre Dallagnol e Moro, o procurador revela ao então juiz da 13ª vara de Curitiba outros suspeitos de corrupção, porém o juiz pede e o procurador concordam em não fazer nada.

“Caro, favor não passar pra frente: (favor manter aqui): 9 presidentes (1 em exercício), 29 ministros (8 em exercício), 3 secretários federais, 34 senadores (21 em exercício), 82 deputados (41 em exercício), 63 governadores (11 em exercício), 17 deputados estaduais, 88 prefeitos e 15 vereadores […].” , diz o procurador. “Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do MP e judiciário.”, relata Moro.

Outros diálogos

Outros diálogos de Dallagnol com juristas e procuradores revelam a tensão entre ambos de uma possível vitória do então candidato Fernando Haddad do PT. A tensão ocorreu por causa da liberação da entrevista do ex-presidente Lula pelo ministro do STF, Ricardo Lewandowski.

“Que piada!!! Revoltante!!! Lá vai o cara fazer palanque na cadeia. Um verdadeiro circo. E depois de Mônica Bergamo, pela isonomia, devem vir tantos outros jornalistas… e a gente aqui fica só fazendo papel de palhaço com um Supremo desse… ”, reclama a procuradora Laura Tessler.

Em outra conversa Dallagnol troca mensagens com um contato “Carol PGR”.  “Deltannn, meu amigo toda solidariedade do mundo à você nesse episódio da Coger, estamos num trem desgovernado e não sei o que nos espera. A única certeza é que estaremos juntos. Ando muito preocupada com uma possível volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve”, escreve Carol. “Valeu Carol! Reza sim. Precisamos como país”, afirma o procurador Dallagnol.

O que dizem os envolvidos

Em nota, a força tarefa da Lava Jato afirmou que foi vitima de ataque cibernético, o qual retirou informações pessoais de forma ilegal.

“A ação vil do hacker invadiu telefones e aplicativos de procuradores da Lava Jato usados para comunicação privada e no interesse do trabalho, tendo havido ainda a subtração de identidade de alguns de seus integrantes. Não se sabe exatamente ainda a extensão da invasão, mas se sabe que foram obtidas cópias de mensagens e arquivos trocados em relações privadas e de trabalho”, diz a nota.

Repórter
Formado em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em Julho de 2021. Bruno trabalhou no Money Times, como estagiário, entre janeiro de 2019 e abril de 2021. Depois passou a atuar como repórter I. Tem experiência com notícias sobre ações, investimentos, empresas, empreendedorismo, franquias e startups.
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