Comprar ou vender?

Veja a ação que fez a lição de casa na crise e se tornou a queridinha do mercado

21 fev 2019, 20:35 - atualizado em 21 fev 2019, 21:14

Rumo (RAIL3), maior operadora de logística ferroviária do País, está no centro das atenções do mercado. Diante do primeiro lucro líquido desde 2015, analistas de Goldman Sachs, Safra, InversaItaú BBA apresentaram opiniões, com pontos de vista complementares e diferentes, porém com a consonância ressoante de otimismo em torno do horizonte da companhia.

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Goldman Sachs: descontada por pares globais

A equipe de análise do Goldman Sachs ressaltou o desconto do múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa no mercado/geração operacional de caixa), pela ação negociar a 8,3 vezes para 2020 e 7,1 vezes para 2021, contra 11 vezes dos pares globais.

No setor de infraestrutura, as ações permanecem como principal recomendação, explicando a elevação de 6% do preço-alvo das ações, para R$ 25,00 – upside (potencial de valorização) de %, em relação ao último fechamento.

Com a inclusão dos dados do quarto trimestre, a projeção do Ebitda foi elevado para 2019, 2020 e 2021 em 1%, 4% e 7%, respectivamente.

Safra: setor com viés positivo

O Safra baseia seu otimismo em duas temáticas: viés positivo para o setor de infraestrutura no País, pelo ambiente favorável do Palácio do Planalto e pela análise macroeconômica; e finanças balanceadas, dado o sucesso na desalavancagem, permitindo a companhia gerar caixa e lucratividade.

A recomendação para o papel é outperform (desempenho acima da média do mercado), com relação projetada de EV/Ebitda de 10 vezes e expectativa de melhora nos volumes ao longo do ano.

O antecipado início do cultivo de milho deve ajudar a companhia na manutenção do crescimento

Inversa: milho compensará soja

A equipe de análise da Inversa Publicações destacou três pontos principais no resultado do trimestre: (i) forte redução do operating ratio (métrica que avalia o peso dos custos e despesas na receita líquida da companhia), de 82% para 75% na base anual de comparação; (ii) crescimento alto do volume total transportado, com avanço de 11,9% na relação ano a ano; (iii) redução considerável das despesas financeiras, com queda expressiva de 27% frente aos três últimos meses de 2017.

Os analistas avaliam que as perspectivas para 2019 são mais promissoras, apesar da expectativa de menor produção da soja, pela antecipação da colheita. O antecipado início do cultivo de milho deve ajudar a companhia na manutenção do crescimento acelerado do volume total transportado, de acordo com a Inversa.

“E há muito mais por vir, principalmente no que se refere à expansão de sua capacidade para suprir eventuais choques de ofertas, como o que vimos nos últimos meses do ano. Com os exportadores correndo para embarcar os últimos estoques de milho, para abrir espaço para a nova cultura, a companhia não conseguiu dar conta do fluxo e viu seu market share cair no porto de Santos (-7p.p. vs. 3T18)”, explicam.

Por fim, a Inversa segue “bastante otimista com as ações da companhia, que fez bem a lição de casa durante a crise e deve colher bons retornos daqui em diante com a retomada da economia e os ganhos de participação do agronegócio no PIB brasileiro”.

Itaú BBA: rentabilidade de longo prazo

O Itaú BBA apontou que o resultado do último trimestre ficou em linha com as expectativas, com o Ebitda ajustado de R$ 796 milhões. Na operação Sul, a ocorrência de contração da margem na relação anual é justificada pelos volumes de cultivo de milho mais fracos no Paraná e no Mato Grosso do Sul.

Por sua vez, na operação Norte, a equipe de análise do Itaú BBA destaca que a expansão de margem de 390 pontos-base a deixa ainda mais otimista em relação à rentabilidade de longo prazo do papel.