Comprar ou vender?

Qual ação de banco que XP, BTG, Safra, CS, Planner e Itaú BBA gostam? Veja aqui

27 mar 2019, 12:17 - atualizado em 27 mar 2019, 13:03
Analistas se mostram bastante otimistas após Investor’s Day

O Bradesco (BBDC4) realizou seu Investor’s Day na última quarta-feira (27) em Nova York, com presença de toda alta administração: quatro vice-presidentes, CEO Octavio de Lazari, presidente Luiz Carlos Trabuco e ex-chairman Lazaro Brandão, figura importante do setor financeiro no Brasil.

Diante da apresentação do banco com o maior lucro líquido apresentado durante 2018, BTG Pactual, Safra, XP Investimentos, Credit Suisse, Planner e Itaú BBA apresentaram suas análises.

Melhor ainda está por vir

A equipe de análise do BTG Pactual inicialmente ressaltou a constatação de Lazari de que o melhor momento para os bancos brasileiros ainda chegará. “Bradesco está bem preparado, posicionado (geograficamente e tecnologicamente) e capitalizado para ser um grande beneficiário do novo ciclo de crédito a ser iniciado no Brasil”, avaliam os analistas.

Diversos questionamentos surgiram em relação aos bancos digitais, as fintechs e a próxima geração de clientes, que não utilizam bancos como seus antecessores utilizavam. O BTG destaca que o Bradesco afirmou estar preparado para esta mudança, muito através da Next, fintech do banco.

A Next opera com adição líquida de 7 mil a 8 mil cientes por dia, e detém agora base de 800 mil clientes. “Mais importante do que isso, 80% dos clientes novos não eram consumidores do Bradesco anteriormente”, avalia o BTG.

Next
Fintech do banco adiciona de 7 a 8 mil clientes por dia

Big techs preocupam

Ainda no universo das fintechs, o CEO destacou que são mais amigas do que inimigas, pelo menor tamanho de escala. No entanto, sua preocupação reside nas grandes empresas de tecnologia, com capacidade de processamento infinitamente superior e com muito mais informação sobre os clientes.

A parceria com estas empresas, como a Apple e seu novo cartão de crédito, pode ser uma alternativa para defender a posição do Bradesco, segundo o BTG. Por outro lado, o CEO destacou que a operação tradicional do banco é ainda muito relevante para a maioria da população, detentora da maior parte do dinheiro disponível na economia.

O BTG lista recomendação de compra para as ações, lista preço-alvo de R$ 52,00 e elege-as como top pick no setor. “O Bradesco ainda é muito lucrativo e está convencido do fato de permanecer altamente lucrativo nos anos seguintes, particularmente se estiverem certos em relação ao fato de entrarmos em um ciclo positivo de vários anos de crescimento de crédito. Nós concordamos com ele”, concluem os analistas.

Sem mudanças na regulação

Alinhado ao BTG, o Safra lista recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações, com preço-alvo de R$ 44,00 para o final de 2019. “Em linhas gerais, a mensagem foi otimista em termos do momentum do ciclo de crédito atual, com bons prospectos de crescimento para 2019”, avaliam os analistas.

Em termos de mudança na regulação do setor bancário, o Safra destaca a não preocupação do Bradesco em relação a este fator, pelo Banco Central já ter promovido muitas mudanças nos últimos anos.

Autarquia não deverá realizar alterações bruscas (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Os executivos do Bradesco destacaram a eficiência operacional, prevendo continuidade dos ganhos neste sentido, embora a redução de custos oriunda do fechamento de agências se contrapõe aos maiores investimentos com tecnologia.

“Em resumo, o Bradesco’s Day confirmou nossa visão de que o banco está bem posicionado para entregar resultados muito fortes em 2019”, dispara o Safra.

Foco no cliente

Para a equipe da XP Investimentos, “a visão permanece positiva e as projeções “ambiciosas” são consideradas como atingíveis pela administração” do Bradesco. Neste panorama, os analistas reiteram a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 49,00 para as mesmas.

A equipe de research ressalta a modificação no management. “A estrutura da alta gestão foi modificada em janeiro de 2019 para tornar o processo de tomada de decisão mais ágil no banco e extrair mais sinergias entre as várias divisões”, analisa, ao destacar abordagem mais focada no cliente em vez de uma abordagem focada em produtos com a nova estrutura.

Escala supera pressões

O Credit Suisse destacou negativamente a expectativa de declínio dos spreads de crédito e de pressão nas margens, porém espera que tais pontos desfavoráveis sejam ultrapassados por ganhos de eficiência e economias de escala.

“O management relatou mensagem positiva no horizonte operacional de 2019 e permanece muito confortável com o guidance para 2019, especialmente levando em consideração a performance positiva dos dois primeiros meses do ano”, apontam os analistas.

Guidance com foco em custos

Segundo a Planner Corretora, o guidance para 2019 mostra que o foco do banco em custos permanece. “O crédito já vem mostrando um maior crescimento principalmente nas carteiras massificadas, nas linhas de consignado, veículos e imobiliário. No segmento corporate e de grandes empresas a retomada acontece em ritmo mais lento. A inadimplência segue controlada, sendo esperada uma redução do NPL (Non Performing Loans) das empresas”, destaca o analista. A recomendação da Planner é de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 52,00.

Menor inadimplência

O Itaú BBA destaca que o Bradesco ainda não se “beneficiou do novo ciclo de crédito e da possível alavancagem operacional e também indicou que espera que a taxa de inadimplência seja estruturalmente menor no futuro, em comparação com os ciclos anteriores, à medida que os modelos de crédito melhoram”. Os analistas possuem recomendação outperform para os papeis, com preço-alvo de R$ 54,00.

Confira abaixo tabela com as recomendações: 

Confira abaixo apresentação institucional do Bradesco’s Day:

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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