Internacional

Próxima presidente do BCE, Lagarde diz que tensões comerciais são maior ameaça à economia global

23 set 2019, 13:20 - atualizado em 23 set 2019, 13:20
Christine Lagarde
Lagarde expressou otimismo em relação às perspectivas econômicas da Europa considerando o que chamou de grandes mudanças realizadas desde 2011 (Imagem: REUTERS/Carlos Jasso)

As ameaças ao comércio são o maior obstáculo para a economia global, mas a economia dos Estados Unidos, a maior do mundo, permanece em boa posição, disse Christine Lagarde, próxima presidente do Banco Central Europeu (BCE), em entrevista à CNBC nesta segunda-feira.

Lagarde, que chefiava o Fundo Monetário Internacional (FMI) desde 2011, disse à CNBC que as tarifas impostas por Estados Unidos e China devem retirar 0,8% do crescimento econômico global em 2020, pesando como uma “grande nuvem escura na economia global”.

Ao mesmo tempo, Lagarde disse que a economia dos EUA continuava crescendo. “Está em uma posição muito boa”, disse ela em entrevista gravada na sexta-feira.

Na semana passada, o Parlamento Europeu apoiou Lagarde como a próxima presidente do BCE, a primeira mulher a ocupar o cargo. As autoridades votaram 394 a favor, 206 contra e com 49 abstenções em 17 de setembro.

Os líderes da UE selecionaram a ex-advogada antitruste em julho para substituir Mario Draghi a partir de 1º de novembro, no comando da instituição financeira mais poderosa do bloco. Os líderes da UE formalizarão sua nomeação em meados de outubro para um mandato de oito anos.

Lagarde expressou otimismo em relação às perspectivas econômicas da Europa considerando o que chamou de grandes mudanças realizadas desde 2011, com maior supervisão das instituições financeiras, melhor capitalização e menores custos de financiamento.

Mas ela observou que as autoridades agora têm menos espaço para fazer ajustes fiscais e monetários, acrescentando que os riscos econômicos viriam de “algum lugar que não antecipamos”.

Lagarde disse que a Europa estará em “boa forma” se a zona do euro se mover para criar uma união bancária real e fortalecer o mercado de capitais, e afirmou que havia indicações de que isso estava em andamento.

“Se a zona do euro puder se fortalecer, e há indícios de que isso possa ocorrer no horizonte de curto prazo, com uma união bancária real, com um mercado de capitais melhor, com dimensões e profundidade da zona do euro, e se houver mais esforço para dirigir a economia da Europa, acho que a região do mundo estará em boa forma”, afirmou.

Respondendo a reclamações sobre o ritmo lento da mudança na zona do euro, ela disse que as decisões demoram mais no bloco porque a política deve ser coordenada entre 19 países.

“Minha esperança é que não se trate apenas de (política) monetária, mas também é sobre o fiscal, e sobre reformas estruturais, a fim de liberar o potencial, a fim de ajudar as empresas, a fim de ajudar as famílias a desenvolver, contratar, investir”, disse ela.

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