Mercados

Mercado festeja após “baile” de Paulo Guedes em entrevista

18 abr 2019, 9:51 - atualizado em 18 abr 2019, 10:28
Os operadores do mercado financeiro negociam com otimismo após o que foi considerado um “baile” do ministro da Economia

O Ibovespa opera em alta de 0,53%, a 93.781 pontos, indicando uma abertura com valorização nesta quinta-feira (18). Os operadores do mercado financeiro negociam com otimismo após o que foi considerado um “baile” do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre os jornalistas da GloboNews que o interpelaram por mais de uma hora ontem à noite. O dólar opera em leve queda de 0,09%, a R$ 3,93.

Para Pedro Galdi, analista da Mirae Asset, a entrevista de Guedes anima o mercado nesta sessão. “Ele apresentou na mídia, com extrema competência, a importância da Reforma da Previdência e a não interferência do governo na gestão da Petrobras”, ressaltou.

Questionado sobre o recuo de Bolsonaro em sua posição de impedir o aumento do diesel, o economista relatou parte de uma conversa sua com ele sobre uma possível privatização da Petrobras.

“O presidente levantou a sobrancelha… Ué, se o preço de petróleo sobe no mundo todo inteiro e não tem nenhum caminhoneiro parando no Trump, na Merkel ou na porta do Macron, será que tem um problema aqui?”, disse.

O presidente, no dia seguinte, teria mandado uma imagem para Guedes em que mostrava 60 bandeiras de empresas no setor de petróleo nos EUA e apenas uma bandeira, a da Petrobras, no Brasil. “Acho que ele quis dizer alguma coisa com isso”, explicou.

Para Guedes, a privatização da Petrobras “seria um salto muito grande”, mas o ministro afirmou que outra estatal já está na mira e aprovada por Bolsonaro. Ele, contudo, não revelou o nome.

“Está ficando muito claro para o brasileiro comum o seguinte: tem 5 bancos, 6 empreiteiras, uma produtora de petróleo e refinaria, 3 distribuidoras de gás e 200 milhões de patos”, continuou Guedes. “Ele (Bolsonaro) está aprendendo mais rápido do que os economistas brasileiros”.

 

Empresas

O lucro líquido da Usiminas (USIM5) caiu 81% no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o mesmo período de 2018, a R$ 76,3 milhões, informou a siderúrgica por meio de um comunicado enviado ao mercado.

“A companhia apresentou evolução nas linhas de receita, em função dos maiores preços e volumes vendidos de minério de ferro (+3% vs. 4T18)”, destacam especialistas da Inversa Publicações em um comentário enviado ao Money Times.

A empresa também anunciou uma projeção de investimentos no valor de R$ 1 bilhão em 2019. De acordo com o documento, as despesas financeiras líquidas estão estimadas em R$ 421 milhões.

Cemig (CMIG4) disse nesta quinta-feira que mantém o seu interesse na alienação da participação que possui na Light (LIGT3), informou a empresa por meio de um comunicado enviado ao mercado. A empresa ressaltou que esta intenção já estava exposta em seu Programa Desinvestimentos divulgado em junho de 2016.

A Rede, adquirente controlada pelo Itaú, anunciou mudanças de condições agressivas para transações à vista no cartão de crédito. “A leitura é negativa para Cielo (CIEL3) e adquirentes em geral, que deverão reagir e abrir mão de parte relevante das receitas para se adequar ao cenário competitivo”, aponta a XP Investimentos.

EUA

Os cortes de impostos nos EUA podem estar chegando. Fala-se de um acordo comercial EUA-China sendo concluído no início de maio. Isso implicaria presumivelmente em cortes de impostos para empresas e consumidores dos EUA. O lado positivo para os mercados financeiros de um acordo seria limitado (a menos que seja um acordo muito abrangente). O Trump Twitter Feed já sinaliza isso há algum tempo.

“Os aumentos de impostos anteriores do presidente americano Trump foram citados no Livro Bege de fofocas econômicas do Federal Reserve, criando um sentimento negativo entre as empresas. A carga parece ter atingido mais as empresas do que os consumidores. O relatório de vendas de varejo de hoje deve mostrar que o consumidor americano ainda está gastando dinheiro”, aponta o estrategista global do UBS, Paul Donovan, em coluna publicada no Money Times.

Hoje, a publicação de uma versão escrita do relatório do conselheiro especial Robert Mueller em suspeita de conluio entre a campanha Trump e a Rússia durante as eleições de 2016.

Funcionários do Departamento de Justiça entregarão o relatório ao Congresso em algum momento entre as o meio-dia e 13h00 (horário de Brasília), de acordo com o The Wall Street Journal.

O procurador-geral William Barr irá realizar uma conferência de imprensa às 09:30, antes de o Congresso ou o público terem visto o relatório.

Os mercados dos EUA devem abrir em baixa nesta quinta-feira, depois de relatórios fracos sobre o índice de gerentes de compras na Europa e contra um panorama de notícias mistas dos IPOs de alto perfil de Zoom e Pinterest (NYSE:PINS).

Europa

União Europeia (UE) considera impor tarifas sobre produtos dos Estados Unidos (EUA) no valor equivalente a US$ 20 bilhões. Trata-se do mais recente capítulo da disputa entre os dois lados envolvendo fabricantes de aeronaves.

Nessa quarta-feira (17), o bloco europeu divulgou uma lista preliminar de bens americanos, incluindo tratores e produtos agropecuários.

Ásia

O índice Nikkei 225 fechou nesta quinta-feira com desvalorização de 0,84%, pressionado pelo mal desempenho dos setores de energia e transporte. Na China, o índice Shanghai Composite caiu 0,4%, recuando da máxima de fechamento em 13 meses, enquanto o Hang Seng recuou 0,54%.

Em Tóquio, destaque para as ações da Suzuki Motor, que subiram 3,11%. Do lado negativo, os papéis da Chiyoda despencaram 6,83%.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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