Comprar ou vender?

JBS “renasce” na Bolsa, mas Senado nos EUA quer acabar com o churrasco

08 out 2019, 21:39 - atualizado em 08 out 2019, 21:39
JBS
Bancos voltaram a analisar positivamente as ações do frigorífico

A JBS (JBSS3) voltou ao radar dos investidores brasileiros nesta semana após alguns analistas de grandes bancos de investimentos, como o Bradesco BBI e o Credit Suisse, voltarem a mostrar otimismo com as ações do frigorífico.

Os papéis da empresa subiram até 1,7% no início do dia com as novas indicações, porém terminaram a sessão em queda de 1,3%.

A mudança de postura parecia até um “renascimento” no mercado após as inúmeras denúncias de corrupção envolvendo os controladores da família Batista e as suas incontáveis propinas dedicadas aos políticos brasileiros.

“Acreditamos que a companhia deverá continuar a mostrar lucros operacionais fortes, que levarão a um aprimoramento da posição de caixa”, disseram os analistas Victor Saragiotto e Felipe Vieira, do Credit Suisse, em um relatório em que voltam a analisar a empresa como alternativa de investimento para seus clientes.

EUA Nova York
Há anos a JBS tenta voltar a ser listada na Bolsa de Nova York (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

JBS na Nyse?

A recomendação do banco suíço é a de compra das ações, com um preço-alvo de R$ 40, o que sugere um potencial de valorização de até 30,5%. O percentual, contudo, poderia subir até 60% caso consiga avançar com os seus planos de vender ações nos EUA.

Esta é a mesma conclusão encontrada pelo Bradesco. Segundo o relatório, a abertura de capital, programada para o primeiro semestre de 2020, “deve trazer maior competitividade para a empresa no exterior, já que hoje ela ainda é avaliada abaixo de concorrentes nos EUA em 20%”.

No cálculo do banco brasileiro este evento poderia aumentar o potencial de valorização de 14% para 27%.

Além disso, nesta segunda-feira (7), o Estadão divulgou que, passados dois anos e meio do episódio da gravação que Joesley Batista fez do então presidente Michel Temer, a JBS conseguiu quitar todas as suas dívidas com os bancos públicos, que totalizavam cerca de R$ 5 bilhões.

“Tememos que a JBS tenha usado o financiamento ilegal que recebeu do BNDES para comprar empresas americanas”(Imagem: Drago/Bloomberg)

Senado americano joga água no chopp

A animação toda parece ter incomodado os democratas nos EUA. Dois senadores, os mesmos que pediram sanções ao Brasil por conta dos incêndios na Amazônia, Marco Rubio e Robert Menendez, pediram que o Comitê de Investimento revise a compra de companhias do país pela JBS, incluindo Swift, Smithfied Foods, Pilgrim’s Pride e o braço de suínos da Cargill no país, entre 2007 e 2015.

“Tememos que a JBS tenha usado o financiamento ilegal que recebeu do BNDES, que somou mais de US$ 1,3 bilhão de dólares, para comprar empresas americanas”, mostra a carta enviada ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin. Eles citam, ainda, ligações com o governo da Venezuela e da China.

Ainda é incerto dizer o rumo e quais consequências esta investigação pode gerar, mas vale lembrar que investigações recentes conduzidas nos EUA sobre a atuação da Petrobras (PETR3; PETR4) resultaram em acordos bilionários assumidos pela brasileira com acionistas e reguladores americanos.

Em nota, a JBS afirmou que “cooperou totalmente com as autoridades americanas, sempre de maneira transparente em relação aos eventos passados no Brasil”.

Veja a íntegra da carta dos senadores americanos:

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
Twitter Linkedin
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
Twitter Linkedin
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.