Opinião

Ivan Sant’anna: O Boeing derrubou a Boeing, que derrubou o Dow, que derrubou o Ibovespa

31 out 2018, 12:41 - atualizado em 31 out 2018, 12:41

Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Anteontem, segunda-feira, 29 de outubro, um Boeing 737 Max 8 da Lion Air caiu nas águas do mar de Java, minutos após decolar do Aeroporto Internacional Soekarno-Hatta, de Jacarta, capital da Indonésia. Todas as 189 pessoas a bordo morreram.

Por causa do desastre, as ações da Boeing, uma das 30 que compõem o Dow Jones Industrial, caíram sete por cento na Bolsa de Valores de Nova York.

Se a aeronave tivesse sido um Boeing 737-700 ou 737-800, a tragédia não teria afetado a cotação das ações da empresa, ou afetado muito pouco, já que se tratam de modelos que voam há bastante tempo e foram mais do que testados e aprovados.

Acontece que o Max 8 é um projeto recente, tendo o primeiro voo regular de passageiros ocorrido em maio de 2017. Nesses casos, sempre fica a desconfiança de que possa ter havido algum erro de concepção.

Isso já aconteceu com diversos tipos de aeronaves, sendo os casos mais emblemáticos o do Comet 2 da De Havilland, em 1953, com dois desastres fatais dos quais, um deles perdeu as asas em pleno voo, e o do Electra 1, da Lockheed, também com dois acidentes causados por panes estruturais, em 1959 e 1960, o que provocou o recolhimento de todos os turboélices da série em operação no mundo até que a falha fosse descoberta e solucionada.

Portanto, nada mais natural do que as ações da Boeing terem sofrido um crash, que contaminou a Bolsa de Valores de Nova York, fazendo com que o Dow Jones perdesse mais de 200 pontos. Tal como vem acontecendo há várias semanas, as perdas da NYSE influenciaram o Ibovespa, que caiu 2,24%.

Só para lembrar, isso foi anteontem.


Com ou sem a influência do exterior, o importante é saber aproveitar as oportunidades que o mercado oferece, e são muitas! Veja aqui as dicas do Pedro Cerize, investidor que acertou o último ciclo de supervalorização da Bolsa, para impulsionar seus ganhos.


No que se refere à Bolsa brasileira, essa simetria pode estar com os dias contados. Em algumas semanas, acredito que as expectativas do mercado com relação aos preparativos e aos primeiros meses do governo Bolsonaro deverão prevalecer sobre a influência externa. E não podiam ser mais favoráveis à Bolsa.

Entre as fontes que me enviam notícias de mercado todos os dias estão Thiago Teixeira, da MRJ – Marejo Investimentos. Ontem ele me chamou atenção para a entrevista de Guilherme Aché, da gestora Squadra, ao jornal O Globo.

Aché trabalhou ao lado de Paulo Guedes ao longo de 17 anos no banco Pactual. E revela coisas interessantes sobre seu amigo e ex-parceiro.

Guilherme Aché diz que ainda há muita gente preocupada com o governo Bolsonaro. Isso é “um sinal fantástico”, conclui o entrevistado de O Globo.

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