Opinião

Ivan Sant’anna: Até quando Guedes suporta? Até onde seu saco aguentar – e ele não tem mandato

04 abr 2019, 9:59 - atualizado em 04 abr 2019, 9:59

Por Ivan Sant’anna, autor das newsletters de investimentos Warm Up Inversa e Os Mercadores da Noite

Nota do editor: Na Warm Up de hoje, o Ivan fala sobre a importância do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem conseguindo defender a reforma da Previdência, enquanto o presidente, Jair Bolsonaro, coleciona gafes. Na parte PRO, ele fala sobre um investimento indicado para o caso de uma mudança repentina no cenário. Clique aqui para liberar o acesso à área exclusiva para assinantes.

Caro leitor,

Sempre que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fala às comissões da Câmara ou do Senado, deixa boa impressão. Claro que não se livra das pauladas da oposição, mas seu discurso costuma ser bem recebido pelos congressistas de bom senso.

Aos poucos, a PEC da Reforma Previdenciária vai sendo aceita pelas duas Casas do Legislativo, embora, com certeza, os lobbies das categorias mais representativas (leia-se servidores públicos) devam mutilar o texto em alguns tópicos importantes.

Tenho quase certeza de que a alteração constitucional vai passar. Dependendo da dose, deverá causar maior ou menor euforia nos agentes econômicos.

A não ser… a não ser que o presidente Jair Bolsonaro atrapalhe as negociações com algum pronunciamento ou atitude intempestiva, como é de seu feitio.

Em apenas 93 dias de governo, o capitão-presidente já cometeu tantas gafes e disse impropriedades tais que é sempre bom que seja observado com atenção por investidores, traders, gestores e especuladores do mercado.

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Para começar, Bolsonaro pôs três monstrengos no governo, dois oficiais e um extraoficial. Este último talvez seja o mais influente. Estou me referindo, é óbvio, ao Rasputin da Virgínia, o astrólogo que, por essas malvadezas do destino, se tornou eminência parda do Planalto, embora jamais ponha os pés no Brasil, país que abomina.

Os nomes dos outros dois, qualquer analista político sabe de cor. São os ministros da Educação, Ricardo Vélez Rodrigues, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

Em suas três viagens oficiais ao Exterior, Bolsonaro comportou-se como um turista palpiteiro ao invés de chefe de Estado. Nos Estados Unidos, por exemplo, disse que apoia a reeleição de Donald Trump. Em Israel, de Benjamin Netanyahu.

No Chile, o capitão falou tantas besteiras que bastou pôr os pés na escada do avião de volta para que seu colega chileno, presidente Sebastián Piñera, criticasse acidamente as defesas que Bolsonaro fez das ditaduras sul-americanas do final do século XX.

O ponto alto das inexatidões foi dizer, em Israel, durante visita ao memorial das vítimas do Holocausto, que Adolf Hitler era de esquerda. Desmentiu assim todos os conceitos mundialmente aceitos de que Hitler foi o auge da extrema direita, do mesmo modo que Joseph Stálin foi símbolo máximo do comunismo. E se orgulhavam disso.

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Pois bem, Paulo Guedes tem conseguido neutralizar com rara habilidade essas batatadas inglórias e vai tocando o barco da modernização.

Até quando?

Até onde seu saco aguentar.

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