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Fitch atribui rating próximo a máximo à emissão de debêntures da AES Tietê

11 abr 2019, 20:04 - atualizado em 11 abr 2019, 20:04
Companhia possui rating acima do grau de investimento (Foto: Divulgação)

A Fitch atribuiu pela primeira vez Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ à AES Tietê (TIET11) para a proposta de nona emissão de debêntures quirografárias, no montante de R$ 2,2 bilhões. A perspectiva do rating é estável.

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A proposta deverá ser realizada em três séries, sendo o vencimento final da primeira série em 2027 e o da segunda e terceira séries, em 2029. O destino da primeira emissão, de R$ 1,38 bilhão, será utilizado para reforço de caixa e pré-pagamento de dívidas existentes.

Já tanto a segunda quanto a terceira emissão terá como destino pagamento ou reembolso de despesas e gastos futuros de dois projetos de geração de energia solar.

Vale destacar que, pela imensa necessidade de investimentos no setor elétrico brasileiro, empresas deste segmento sempre operam com quantidade elevada de dívida.

Previsibilidade em alta

De acordo com a Fitch, “os ratings da Tietê refletem a sua relevante posição de mercado no setor de geração de energia elétrica brasileiro, por meio de uma diversificada carteira de ativos, composta principalmente por usinas hidrelétricas”.

“As classificações também são apoiadas pelo baixo a moderado risco de seu negócio, que suporta um longo histórico de robusta geração de caixa operacional mesmo em cenários hidrológicos desfavoráveis”, ponderam os analistas.

Em adição, indicadores adequados de crédito esperados, gerenciamento da liquidez de seu caixa e a forma satisfatória pela qual a companhia apresenta cronograma de vencimento de sua dívida fundamentam o rating acima do grau de investimento.

Desafios a frente

A Fitch aponta que a companhia possui como importante desafio incrementar sua base de ativos de geração para compensar, mesmo parcialmente, o vencimento das concessões da maior parte de suas geradoras hidrelétricas, em 2029. “Estas usinas representam cerca de 80% de sua capacidade instalada em operação ou em construção”, dizem os analistas.

“A empresa necessitará lidar com esses possíveis investimentos, ao mesmo tempo em que deverá permanecer com forte pagamento de dividendos, sem pressionar seus indicadores de crédito e os covenants financeiros das dívidas”, afirma a agência de classificação de risco.

Aquisição em vista

Diante da assinatura com a Renova Energia de contrato para aquisição do Complexo Eólico Alto Sertão III, a Fitch atribui viés positivo à potencial transação, por fortalecer a base de ativos da companhia dentro da estratégia de proteger sua escala de negócios nos vencimentos das concessões de geração hídrica.

A potencial aquisição, no montante de até R$ 516 milhões, engloba a assunção de R$ 988 milhões em dívidas existentes. “A Fitch entende que os ratings atuais da Tietê não suportam um aumento material da dívida sem que sejam pressionados”.

Concorrentes acima

Embora em alto patamar na escala de classificação de risco, o rating da AES Tietê está um grau abaixo de outras duas geradoras de energia avaliadas pela Fitch: a Engie (EGIE3) e a Aliança Geração, ambas classificadas com o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AAA(bra)’, Perspectiva Estável.

“Em termos operacionais, a Engie apresenta maior porte e uma base de ativos mais diversificada, com 9.071 MW de capacidade instalada em operação ou em construção. Além disso, a empresa também apresenta maior grau de proteção contra risco hidrológico, por meio da contratação de seguros”, justificam os analistas.

Em termos financeiros, a Fitch tem como expectativa que tanto a Engie quanto a Aliança manterão menor alavancagem financeira líquida.

“A Engie também apresenta maior flexibilidade financeira do que a Tietê, enquanto o FCF da Aliança deve permanecer positivo, ao contrário das expectativas para a Tietê e para a Engie”, conclui a Fitch.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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