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Comunidade LGBT recebe apoio de empresas após descriminalização

15 out 2019, 18:33 - atualizado em 15 out 2019, 18:33
Multinacionais e empresas domésticas iniciaram ou expandiram programas corporativos para atender às preocupações dos funcionários LGBT no local de trabalho (Imagem: Pixabay)

Desde que a Suprema Corte da Índia anunciou a decisão histórica que descriminalizou a homossexualidade, há um ano, a vice-presidente do Deutsche Bank, Ketty Avashia, notou uma pequena, mas importante mudança rumo a uma maior igualdade no local de trabalho: os colegas da empresa agora são mais sensíveis a questões que afetam pessoas do grupo LGBT, como ela.

Os colegas do banco querem saber como é ser LGBT na Índia, disse Avashia, uma lésbica transgênero, de 41 anos, que trabalha na unidade de tecnologia do escritório do banco em Pune.

“Vejo uma certa curiosidade e inquietude entre os colegas que querem saber mais sobre minha vida”, disse. “Ultimamente, comecei a ver um bom grau de cordialidade nas perguntas que me fazem.”

Os países asiáticos ficam muito aquém do Ocidente quando se trata de igualdade para a comunidade LGBTQ – sigla para lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e queer – e, especialmente, dos direitos para o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Alguns avanços recentes tentam diminuir essa lacuna.

Em maio, Taiwan legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em junho, o mais alto tribunal de Hong Kong concedeu benefícios matrimoniais para um casal gay que se casou no exterior em um país com igualdade no casamento.

Ainda assim, com base no número de pessoas afetadas, nenhum país fez uma mudança mais significativa em direção a uma maior igualdade LGBT do que a Índia, onde em setembro do ano passado a Suprema Corte derrubou uma lei da era colonial que criminalizava a homossexualidade no segundo país mais populoso do mundo.

Desde então, multinacionais e empresas domésticas iniciaram ou expandiram programas corporativos para atender às preocupações dos funcionários LGBT no local de trabalho, de acordo com Aparna Mittal, fundadora do Centro Samana para Gênero, Política e Direito em Déli.

“Como já não há mais a questão da criminalização, eles são muito mais vocais, visíveis e abertos a discutir essas coisas”, disse. “Realmente há uma transformação em algo maior.”

Para muitas empresas, um passo foi reconsiderar suas políticas de contratação, benefícios e local de trabalho para torná-las mais inclusivas.

Um grande evento ocorreu em julho, quando mais de 40 empregadores patrocinaram uma feira de emprego em Bengaluru focada em pessoas LGBT. O Goldman Sachs, Intel e Ford Motor estavam entre as empresas que participaram.

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