Brasil

A volta de Monet: emergentes são pintura impressionista, diz Morgan Stanley

15 abr 2019, 11:07 - atualizado em 15 abr 2019, 12:43
Cenário macroeconômico favorecem emergentes, porém panorama microeconômico permanece incerto

Muito bonito a distância, um pouco bagunçado de perto. Está é a visão de Andrew Sheets, estrategista-chefe de cross-asset do Morgan Stanley, em relação aos mercados emergentes, a medida que o cenário para as economias emergentes aparentemente são melhores do que os pares desenvolvidos, porém estudo individual mais aproximado exacerba os problemas existentes.

Inicialmente, os analistas mostram o panorama positivo para os mercados emergentes, em uma análise top down, pelo crescimento superior em relação às economias desenvolvidas, com maior flexibilização monetária na China, controle inflacionário e taxas de juros relativamente altas, o que afasta possíveis contrações monetárias a frente.

Além disso, o tom dovish do Federal Reserve, a expectativa de desvalorização do dólar e a desaceleração do crescimento nos EUA pautam o otimismo com os mercados emergentes. Os analistas do Morgan Stanley projetam alta de 5% no PIB das economias emergentes em 2019, com permanência da inflação em patamares baixos e “valuations medidos pela taxa de câmbio bem inferiores à média histórica”.

“Não estamos sozinhos ao ver esta dinâmica. Conversando com investidores institucionais nos últimos seis meses, existe um consenso de que, após um período longo de desempenho abaixo da média, é a hora dos mercados emergentes brilharem”, avalia o banco, destacando os maiores fluxos aos emergentes em 2019.

De perto ninguém é normal

No entanto, aumentando um pouco a lupa de análise, começam a surgir os riscos. “Brasil e México possuem novos governos, com expectativa do primeiro direcionar a Reforma da Previdência”, avalia o Morgan Stanley, ressaltando ainda problemas de infraestrutura na África do Sul, riscos geopolíticos na Rússia e eleições na Índia e na Argentina como fatores de preocupação.

A despeito das incertezas, em um nível prático, os analistas enxergam a seguinte dinâmica: “os investidores institucionais continuarão provavelmente a direcionar alocações nas ações e na renda fixa dos mercados emergentes baseados no cenário top-down”, avalia o banco, destacando ainda que o resultado será “um prêmio de vencedor para qualquer história de mercado emergente que seja limpa”.

China, México e Indonésia

Por fim, em relação a renda variável, o Morgan Stanley lista posição overweight (alocação acima da média do portfólio) para as ações chinesas, destacando a preferência pela região ao invés de outros pares emergentes, pela combinação entre valuations atrativos, projeção de crescimento nos lucros das empresas, estímulos a serem realizados pelo governo e possível catalisador diante da resolução comercial com Washington. “Acreditamos que essa seja uma combinação convincente em relação a outras regiões”.

No caso da renda fixa, James Lord, head de renda fixa de mercados emergentes do banco, prefere alocações no México e na Indonésia, pela expectativa de manutenção da inflação em ambos os países.

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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