Veja o que parou os 12 maiores bull markets da história dos EUA (Parte 2)
Em continuação sobre a matéria dos motivos pelos quais os maiores bull markets da história dos EUA terminaram, o Money Times termina o levantamento sobre as maiores ondas de valorização do índice S&P 500 e como terminaram.
Veja o que parou os 12 maiores bull markets da história dos EUA (Parte 1)
1974 a 1980: Fed Funds Rate a 20%
O mercado acionário não relatou variações muito expressivas durante este bull market de 1974 a 1980, com retornos anuais médios de somente 14% do índice S&P 500 – o mais fraco da era moderna, a medida que investidores permaneceram receosos pela crise do petróleo na década de 1970.
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Diante da inflação próxima a dois dígitos, o presidente do Federal Reserve Paul Volcker rapidamente levou o juro básico para 20% no início da década de 1980. Enquanto esta estratégia, conhecida na literatura como “Choque de Volcker”, foi bem-sucedida em segurar aumentos de preços, também ficou mais caro para emprestar dinheiro, provocando uma recessão.
O índice S&P 500 caiu 27% entre novembro de 1980 e agosto de 1982.
1982 a 1987: Reaganomics
Depois de Paul Volcker segurar a pressão inflacionária, o presidente Ronald Reagan cortou impostos e estimulou a economia, levando a taxa de desemprego para abaixo de 6%, após chegar a nada menos que 11%.
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Diante da melhora da economia, o otimismo do mercado acionário ressurgiu com tudo, vide a valorização próxima a 27% do índice S&P 500 na média entre 1982 e 1987 — a maior desde a Grande Depressão.
Em contrapartida, no dia 19 de outubro de 1987, uma segunda-feira qualquer fez com que o índice Dow Jones derretesse nada menos que 22,6%, em fato denominado posteriormente por “Black Monday”.
A negociação via computadores, relativamente nova, foi parcialmente culpada pelo efeito manada nos mercados acionários. O bear market foi relativamente curto: após cair 34% entre o final de agosto e o início de dezembro, o índice S&P 500 ainda terminou o ano em território positivo.
1987 a 1990: Iraque, Kuwait e petróleo
Após a “Black Monday”, o índice S&P 500 relatou valorização de 65% entre dezembro de 1987 e julho de 1990, segundo bull market mais curto na era moderna.
No entanto, a entrada dos EUA em recessão durante julho de 1990 diante da alta superior a 100% do petróleo após o Iraque invadir o Kuwait fez com que o índice S&P 500 caísse 19,9% entre julho e outubro de 1990, somente 0,1 ponto percentual da definição oficial de bear market: desvalorização superior a 20% da máxima atingida.
1990 a 2000: a década da prosperidade
O final da Guerra Fria e o nascimento da internet provocou o início de uma era de enorme prosperidade. Para se ter uma noção: o índice S&P disparou nada menos que 400% durante a década, sendo guiado por forte crescimento econômico e inflação estável. Ainda é o maior bull market da história, tendo os EUA vivenciado o maior período de crescimento initerrupto do século XX.
No entanto, o otimismo excessivo e a “exuberância irracional” apelidada pelo presidente do Federal Reserve Alan Greenspan se traduziram na bolha das “pontocom”, resultando em queda de 49% do índice S&P 500 entre março de 2000 e outubro de 2002.
2002 a 2007: boom dos imóveis
O bull market visto na metade da última década plantou a semente para o forte quadro de desaceleração econômica visto nos últimos anos.
Ajudado pela política de taxas de juros extremamente baixas, os norte-americanos elevaram a alavancagem de seu orçamento familiar: a política de Greenspan permitiu aos cidadãos possúirem imóveis sem comprá-los efetivamente, via hipotecas de subprimte.
O mercado imobiliário apresentou valorização excessiva, levando os norte-americanos a gastarem muito em imóveis. Diante do otimismo, o índice S&P 500 subiu 102% de outubro de 2002 a outubro de 2007.
No entanto, quando os preços dos imóveis começou a cair, os mutuários começaram a dar calotes em massa, levando bancos de investimento tradicionais, como Bear Stears e Lehman Brothers, a falência.
A pior crise financeira da história e a recessão mais profunda desde a Grande Depressão se sucederam, com o índice S&P 500 caindo quase 57% entre outubro de 2007 e março de 2009.
2009 até agora: recuperação longa e lenta
Independente de quando terminar, a recuperação da economia norte-americana já se mostra como a mais longa da história norte-americana, com duração superior a uma década.
O bull market atual, após sobreviver a diversas experiências de quase término, se mantém de pé quase quadruplicando desde a mínima de 2009.
A boa performance das empresas de tecnologia fundamenta a alta do mercado acionário, com empresas como Apple, Amazon e Google unindo-se a Microsoft como as companhias com maior valor de mercado nos EUA.