Vale obtém 82 declarações de estabilidade de barragens; mantém previsão de vendas
A Vale (VALE3) obteve 82 Declarações de Condição de Estabilidade (DCE) para estruturas que recebem rejeitos de mineração, entretanto, suas barragens a montante cujas áreas ao redor já haviam sido desocupadas permaneceram sem a declaração necessária, informou a empresa nesta terça-feira.
Segundo a mineradora, três estruturas melhoraram suas condições de estabilidade e obtiveram DCEs positivas nesse segundo semestre, após avaliação negativa em março: Barragem 5, da Mina Águas Claras, Barragem Taquaras, da Mina Mar Azul, ambas em Nova Lima (MG), e a barragem Pondes de Rejeitos da unidade Igarapé Bahia (PA).
Já as barragens com alteamento a montante cujas áreas ao redor já foram desocupadas que receberam DCEs negativas são: barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco; barragem B3/B4, da Mina Mar Azul; e barragens Forquilha I, Forquilha II, Forquilha III e Grupo, do complexo Fábrica.
O método de alteamento a montante é considerado mais perigoso que outros e foi utilizado pelas duas barragens que se romperam nos últimos quatro anos no Brasil. O país estipulou um prazo para que essas estruturas sejam descomissionadas e a Vale informou que está trabalhando para isso.
A barragem Vargem Grande, do Complexo Vargem Grande, também desativada e com alteamento a montante, manteve sua DCE negativa, segundo a empresa. No entanto, em função do rebaixamento do nível de água do reservatório e a reavaliação da instrumentação pelos auditores externos, a barragem teve seu nível de alerta reduzido de 2 para 1 em junho, informou.
Além dessas, outras estruturas, com estudos complementares e obras já em andamento, mantiveram suas DCEs negativas.
A barragem de sedimentos Capim Branco, do Complexo Paraopeba, recebeu DCE negativa nesse semestre por conta de reavaliação das informações dessa estrutura, afirmou a Vale. Será acionado o nível 1 de emergência desta barragem, sem a necessidade de desocupação de áreas do entorno.
As DCEs negativas, no entanto, não alteram a projeção de vendas de minério de ferro e pelotas entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas em 2019, com expectativa que as vendas se situem ao redor do centro da faixa, disse a Vale.
A empresa frisou que está trabalhando com seus técnicos e especialistas em análises complementares e no planejamento de novas medidas para o incremento dos fatores de segurança, com o objetivo de assegurar a estabilidade de suas estruturas.
“A Vale reitera que sua prioridade é com a segurança de todas as suas estruturas e, consequentemente, da população e trabalhadores a jusante de suas operações”, afirmou.