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Usiminas: cessar-fogo inesperado entre sócios destrava valor; o que fazer com as ações?

08 fev 2018, 23:11 - atualizado em 08 fev 2018, 23:11
Os ativos preferenciais da Usiminas já avançaram 24% este ano

Um acordo visto como inesperado entre os acionistas controladores da Usiminas (USIM3; USIM5) irá destravar valor e fazer com que a siderúrgica possa focar no seu próprio negócio, avalia o Credit Suisse em um relatório publicado nesta quinta-feira (8) após um comunicado (veja abaixo) que revela uma saída amigável para uma disputa entre os sócios Ternium e Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation.

Em termos gerais, o documento estabelece “novas regras para regular suas relações como acionistas e membros do grupo de controle” e adota todas as medidas necessárias para “resolver e terminar amigavelmente as disputas legais pendentes” em relação à empresa.

“Vemos o acordo como um resultado positivo para a Usiminas, permitindo que ela se concentre totalmente em suas próprias operações após quase quatro anos de disputa entre os acionistas controladores”, apontam os analistas Ivano Westin, Renan Criscio e Rafael Cunha.

A solução também foi vista como uma “surpresa positiva” para a equipe do BTG Pactual, que vê a notícia como fundamental para um impulso adicional para as ações no curto prazo.

“Nosso sentimento ao falar com os investidores nos últimos anos foi de que as diferenças entre os acionistas controladores têm sido um grande peso, pois houve questões materiais sobre como a administração geraria operações e a visão de longo prazo para a empresa”, avaliam Leonardo Correa e Gerard Roure. Eles recomendam a compra dos papéis (USIM5) e projetam um preço-alvo de R$ 14. Os ativos já avançaram 24% este ano.

O que fazer com as ações?

Na avaliação do Credit Suisse, atualmente as ações ordinárias USIM3 podem estar muito apreciadas para a nova estrutura. Os analistas entendem que esta classe mereceu um prêmio sobre os papéis preferenciais USIM5 desde setembro de 2014, que foi quando a disputa entre os sócios se tornou mais feroz depois da demissão do CEO Julian Egurem. A diferença oscilou entre 2% e 520% durante os últimos anos até chegar ao atual nível de 18%.

“Uma vez que as novas regras de governança estabelecem que a cláusula de saída entrará em vigor apenas 4,5 anos a partir da eleição do conselho executivo em maio de 2018, e a cláusula de standstill (período de salva guarda) estabelece que os acionistas controladores não têm permissão para adquirir USIM3 do mercado livre, acreditamos que USIM5 tem espaço para reduzir o desconto atual para o USIM3”, destacam os analistas.

A recomendação é de desempenho acima da média do mercado (outperform), equivalente à compra, com um preço-alvo de R$ 16.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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