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Tem menos gente passando no Posto Ipiranga?; Venda Ultrapar, dizem analistas

21 fev 2019, 8:47 - atualizado em 21 fev 2019, 8:53
Ipiranga
A Ultrapar não tem conseguido agradar os analistas há alguns trimestres

O lucro líquido da Ultrapar (UGPA3), que controla as empresas Ipiranga, Oxiteno, Ultragaz, Ultracargo e Extrafarma, ficou em R$ 1,132 bilhão em 2018, uma queda de 26% em relação ao ano anterior, e desagradou o mercado. Os analistas voltaram a reafirmar a sua recomendação de venda, apesar de enxergarem uma eventual perspectiva mais positiva para o grupo nos próximos trimestres.  No quarto trimestre do ano passado, o resultado foi de R$ 496 milhões (+ 27%), principalmente em função da melhora no resultado financeiro.

Ipiranga: Lucro líquido da Ultrapar cai 26% em 2018

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“Acreditamos que os resultados frustraram as expectativas do mercado e prevemos uma reação negativa nos preços das ações no próximo pregão”, explica o analista do Credit Suisse Regis Cardoso. A recomendação é underperform (desempenho abaixo da média), com preço-alvo de R$ 48.

A receita líquida totalizou R$ 90,698 bilhões no ano passado, um crescimento de 14% na passagem anual. No trimestre, os ganhos ficaram em R$ 23,467 bilhões (+10%), em função do crescimento da receita em todos os negócios.

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O Ebitda ajustado acumulou R$ 3,069 bilhões em 2018, uma redução de 23%. No quarto trimestre o resultado foi de R$ 993 milhões, o que representa uma queda de 5%. O desempenho no trimestre foi resultado de um menor Ebitda na Ipiranga e na Extrafarma, enquanto a Oxiteno, Ultragaz e Ultracargo apresentaram aumento.

Após a “limpeza” do ganho fiscal trimesttal de R$ 186 milhões, o Ebitda ficou em R$ 806 milhões, 13% abaixo das estimativas do BTG Pactual. Os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares também lembram que o forte lucro de R$ 496 milhões também foi impactado por um evento não-recorrente, o que incluiu um ganho de R$ 153 milhões na linha de resultado financeiro. Eles recomendam a venda das ações, com preço-alvo de R$ 44.

Ultrapar irá desdobrar ações

“Para 2019, nossa expectativa é de melhora no cenário macroeconômico brasileiro, com mais geração de emprego e renda, impulsionando a expansão da demanda no mercado interno. Essa combinação de fatores será benéfica para nossos negócios, que têm potencial de alavancagem em relação ao crescimento do PIB e também se beneficiarão da maturação dos investimentos realizados nos últimos anos”, explica a empresa com um ar de otimismo.

Tem menos gente “passando lá no Posto Ipiranga”?

Apesar do aumento de 4% do volume da Ipiranga em relação ao quarto trimestre de 2017, o Ebitda ajustado foi de R$ 569 milhões, 35% inferior, em função do efeito negativo decorrente das
movimentações nos custos e das condições para importação de combustíveis. A empresa destaca, contudo, que ao longo do segundo semestre a Ipiranga apresentou uma recuperação gradual em volume e resultados, com crescimento de 14% no Ebitda do 4T18 em comparação ao terceiro trimestre, após forte deterioração do início do ano.

De acordo com o BTG, a administração da Ultrapar tentou transmitir uma mensagem de otimismo com relação à capacidade de restaurar o crescimento em todos os segmentos em 2019. Os esforços crescentes para retomar o crescimento do volume de negócios e reduzir a alavancagem também muito são muito bem-vindos após uma alocação controversa de capital nos últimos anos.

“Dito isso, embora reconheçamos que hoje gostamos mais do caso com os sinais claros de recuperação econômica, continuamos a ver espaço limitado para surpresas positivas em termos de lucros, enquanto a visibilidade sobre as margens continua muito baixa e o crescimento orgânico deve desacelerar com a racionalização do investimento”, ponderam os analistas.