Combustíveis

Setor de sucroenergia vai “amar” também se Petrobras elevar seu valor em bolsa

05 dez 2019, 12:03 - atualizado em 05 dez 2019, 12:03
Combustível Etanol Diesel Gasolina
Etanol segue com mercado em ampliação assegurado com tendência da Petrobras manter reajustes da gasolina (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Se o mercado “amou” a promessa da Petrobras (PETR4) em levar seu valor em bolsa a ganhos de 45% em dois anos, o setor sucroenergético vai amar também. Como parte dessa valorização vem da aposta de melhoria dos retornos, tem tudo a ver com repassar o máximo possível as altas do petróleo e do custo cambial. Mais etanol competitivo na praça.

Ainda haveria uma defasagem média em torno de R$ 0,10 da gasolina vendida pela petroleira, segundo alguns informes, como do Centro Brasileiro de Infraestrutura e da associação dos importadores de combustíveis (Abicom), até porque o petróleo saiu muito rápido além da baliza dos US$ 60/barril (Londres) e dólar igualmente surpreendeu na velocidade que passou dos R$ 4,00.

Mas o governo não dá nenhum sinal de que pretende segurar o repasse e vai limando essa diferença, ao contrário do desastre que foi o engessamento dos preços no início do segundo mandato de Dilma Rousseff. E que derrubou a Petrobras – em paralelo ao sangramento causado pela corrupção – e instalou de vez a crise no setor de sucroenergia.

Gasolina barata tirou consumo do etanol, enquanto a cotação do açúcar no mercado internacional foi perdendo força com a Índia aumentando sua produção subsidiada.

No dia 27, a Petrobras deu reajuste de 4% na gasolina nas refinarias (e o etanol anidro, na mistura, mais R$ 0,08). Pouco mais de uma semana antes, já havia aumentado 2,8%, depois de novo repasse dos preços praticados no Golfo e pelo efeito cambial no final de setembro.

Não é do DNA da equipe de Paulo Guedes represar mais do que é razoável para não prejudicar as contas da companhia e o ideal para controlar o reflexo inflacionário.

E assim vai puxando o etanol, especialmente o hidratado.

Na safra 20/21, a previsão média está em 30 bilhões de litros de etanóis de cana e até poderá haver um leve recuo sobre a safra que finda agora, de acordo com algumas fontes.

Mas a alocação de cana, cuja produção será um pouco maior, no mix sempre é flexível nos grandes grupos.

E se a Petrobras seguir afirmando que vai buscar retornos, além de reduzir a alavancagem e o custo de capital, as usinas vão continuar amando.

Se faltar etanol para todo mundo….bom, isso já é outra história.

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