Semana mais curta terá manifestações de 1º de Maio, produção industrial, emprego e Fomc nos EUA
A semana de virada de mês promete muitos dados econômicos e agitação política, apesar do feriado na quarta-feira, Dia do Trabalhador. As comemorações do Primeiro de Maio devem ter como destaque a reforma da Previdência, em discussão no Congresso, e podem mostrar a força dos movimentos sindicais e sua articulação contra as mudanças de direitos.
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Apesar de os movimentos sindicais estarem enfraquecidos pela retração econômica e mudanças no imposto sindical, ainda podem pressionar muitas lideranças no Congresso.
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Além disso, na Câmara dos Deputados, o presidente da Comissão Especial que vai analisar a reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), vai se reunir com lideranças para discutir o calendário das discussões e pode definir a divisão da proposta em sub-relatorias.
Ex-comunista e hoje integrante do Centrão, Ramos já disse que alguns pontos da reforma já estão “quase natimortos”, citando a mudança nos Benefícios de Prestação Continuada (BCP, que garante um salário mínimo para idosos em situação de miséria), as alterações na aposentadoria rural e o sistema de capitalização.
Resultados de Santander, Itaú, Gol e outros
Continua nesta semana a safra de balanços do primeiro trimestre. Na segunda-feira, saem os números da Ecorodovias, Banco Inter, Movida, Multiplan, RaiaDrogasil, Smiles, Transmissão Paulista, CCR e Santander. Na terça-feira, Gol divulga seu resultado.
Quinta-feira o Itaú Unibanco anuncia seus números, assim como o IRB Brasil, Klabin, Odontoprev e Linx. Na sexta-feira, saem os balanços da Enel, Porto Seguro e Tegma.
O mercado deve também repercutir as mudanças no programa de venda de ativos da Petrobras, anunciadas sexta-feira à noite, após o fechamento do mercado. A empresa anunciou que vai vender 8 refinarias e mais uma parte das ações da BR Distribuidora.
Dados do Governo Central
Também na segunda, saem os dados fiscais do Governo Central (Tesouro, Banco Central e Previdência) relativos a março. A Fundação Getulio Vargas (FGV) anuncia sua Sondagem da Indústria de abril, que pode mostrar uma economia ainda fraca neste início de ano.
O pessimismo também deve continuar nos dados do Relatório Focus, que o Banco Central divulga semanalmente, com as projeções do mercado para os principais indicadores econômicos.
Emprego no primeiro trimestre
Na terça, o IBGE divulga a Pesquisa Nacional por Amostra em Domicílio (Pnad) Contínua de março. Para a Rosenberg, a taxa de desemprego deve subir, para 13%, ante 12,4% no trimestre encerrado em fevereiro.
Para a consultoria, a taxa de desocupação no primeiro trimestre, em linha com os dados do Caged e da atividade como um todo, deve ter ficado apenas 0,1 ponto percentual abaixo da observada no mesmo trimestre do ano passado, mostrando uma recuperação ainda mais lenta e gradual do mercado de trabalho.
Contas públicas completas
Também na terça-feira, o BC divulga o Resultado Fiscal Consolidado de março, com os números do Governo Central e mais os de Estados e municípios e estatais. Segundo a Rosenberg, o número de março é sazonalmente deficitário.
A consultoria projeta um déficit de R$ 21 bilhões para o Governo Central em março, divulgado pelo Tesouro Nacional, pouco menor do que o registrado neste mesmo mês do ano passado (de R$ 24,5 bi, descontada a inflação).
O avanço da despesa e o desempenho mais fraco da receita devem explicar este resultado. Divulgado pelo Banco Central e envolvendo os demais entes da federação, o resultado fiscal consolidado deve registrar déficit de R$ 22 bilhões em março.
O BC divulga ainda a dívida líquida do setor público de março.
Balança comercial de abril
Na quinta-feira, depois do feriado, sai a balança comercial de abril. A Rosenberg espera superávit de US$ 6,3 bilhões, com as exportações crescendo muito pouco, pela média diária, em relação a abril do ano passado (0,8%). As importações devem mostrar estabilidade na comparação pela média diária, resultando num saldo apenas pouco superior ao visto em abr/18 (US$ 6,1 bilhões), segundo a Rosenberg.
Produção industrial, um trimestre frustrante
Na sexta-feira, sai a Produção Industrial de março estimada pelo IBGE. Para a Rosenberg, o número deve encerrar um primeiro trimestre que pode ser caracterizado como frustrante. A Produção manufatureira deve ter recuado 0,6% em março na comparação com fevereiro, o que levaria o acumulado no primeiro trimestre para uma queda de 1,9% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.
De olho no Fomc e nos juros nos EUA
Na agenda internacional, destaque será a reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que começa na terça-feira e termina na quarta-feira, em pleno feriado no Brasil.
A última reunião contou com alteração relevante na projeção dos agentes da instituição perante a moderação do crescimento global e o aumento da volatilidade global, lembra a Rosenberg Associados. Os últimos dados indicam alguma melhora no crescimento global e a contínua força do mercado de trabalho doméstico. Mesmo assim, a expectativa é de manutenção do cenário da última reunião.
Mas, mesmo sem mudanças nos juros, a consultoria destaca que a discussão acerca da expectativa do Fomc será relevante nesta reunião. Na sexta-feira, saem dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos, que observaram aumento da volatilidade nos últimos meses, mas mantendo ritmo forte de geração de postos e taxa de desemprego baixa na média em de três meses.
Negociações EUA-China
Já o Itaú destaca que as negociações comerciais entre os EUA e a China devem voltar a avançar na terça e quarta-feira, a partir de reuniões entre representantes dos dois países, o que deve sinalizar que um acordo comercial entre as partes está próximo. Ainda sobre a China, o índice PMI da indústria para abril será divulgado na segunda-feira. Na Zona do Euro, o PIB do primeiro trimestre da região será divulgado na terça-feira.