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Semana: Ibovespa avança 1,75% com ensaio de otimismo na Previdência

26 abr 2019, 19:32 - atualizado em 26 abr 2019, 19:32
A semana foi o pontapé da temporada dos resultados corporativos do primeiro trimestre de 2019

Por Investing.com 

O ex-presidente Michel Temer conseguiu avançar sua proposta de reforma da Previdência na CCJ em uma semana e sem modificações. O governo de Jair Bolsonaro precisou de um mês, sem base aliada, lideranças do governo inexperientes, confusões e modificações no texto para sua reforma da Previdência prosseguir à Comissão Especial.

As dificuldades do governo na articulação do Congresso trouxeram volatilidade ao Ibovespa. A admissibilidade do texto na CCJ foi um dos fatores ao principal índice acionário brasileiro ter alta acumulada de 1,75% na semana a 96.236,04 pontos.

A instalação da Comissão Especial com presidente e relator escolhidos nesta semana injetou ânimo nos investidores. A articulação para aprovar a Previdência começa a ser vista com olhos mais otimistas.

Início da temporada de balanços

A semana foi o pontapé da temporada dos resultados corporativos do primeiro trimestre de 2019. Confira abaixo as principais empresas que divulgaram seus balanços.

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A Cielo (CIEL3) abriu a temporada com resultado muito ruim. A companhia prosseguiu com o prolongado declínio das margens e aumento das despesas com marketing e pessoal para tentar reagir à concorrência feroz no mercado brasileiro de cartões.

Na manhã de quarta-feira, o presidente-executivo da empresa disse que ela oferecerá aos clientes terminais grátis e pagamentos instantâneos, seguindo as recentes iniciativas de concorrentes como a PagSeguro (NYSE:PAGS) e Rede, do Itaú Unibanco (ITUB4).

A Via Varejo (VVAR3) teve prejuízo líquido de R$ 49 milhões no primeiro trimestre ante lucro de R$ 64 milhões de um ano antes. O resultado operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), somou R$ 521 milhões, queda de 18,2% no comparativo ano a ano. A margem Ebitda ajustada foi de 8,2%, ante 9,7% um ano antes. Via Varejo prevê investimentos entre R$ 550 milhões e R$ 600 milhões em 2019.

O Bradesco (BBDC4) teve alta de 22% no lucro recorrente do primeiro trimestre, dentro do esperado por analistas e apoiado na redução da inadimplência, que recuaram à mínima histórica. O lucro no primeiro trimestre somou 6,24 bilhões de reais com a queda em provisão para perdas com crédito ajudou os resultados. A provisão recuou 8,4 por cento na comparação anual.

Lojas Renner (LREN3) teve lucro líquido trimestral acima do esperado e 45% maior na comparação anual, apoiada em um crescimento de duplo dígito nas vendas apesar da lentidão da economia brasileira. A companhia lucrou R$ 161,6 milhões entre janeiro e março, considerando normas contábeis internacionais. O crescimento na base mesmas lojas acelerou para 12,7%, ante 6,3% no primeiro trimestre de 2018. A receita líquida saltou 18%, a R$ 1,65 bilhão, enquanto custos operacionais recuaram 4,6%. Com isso, a margem líquida subiu 1,8%, para 9,8%.

Petróleo

Trump voltou a pressionar nesta sexta-feira os países da Opep e aliados a encerrar o corte de oferta de 1,2 milhão de barris por dia até junho e aumentar a produção para que os preços caem. A pressão ocorre na semana que os preços do petróleo atingiram as máximas de 2019 – ainda abaixo do pico de outubro de 2018 – provocado por desdobramentos de sua própria política externa.

No início da semana, o Departamento de Estado e a Casa Branca anunciaram o fim das isenções às sanções americanas a países importadores do petróleo do Irã. As isenções eram resultado das sanções que entraram em vigor em novembro após Trump anunciar, em maio do ano passado, a retirada dos EUA do tratado que limitava o programa nuclear iraniano celebrado durante a administração Obama com cinco países europeus. A alegação de Trump, à época, era que o acordo “era o pior do mundo” e o Irã estava desenvolvendo mísseis balísticos de longo alcance.

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Resta saber se a Opep vai atender as reivindicações de Trump para, pelo menos, aumentar a produção para suprir a retirada do petróleo do Irã do mercado. A Arábia Saudita, líder do cartel, atendeu os pedidos semelhantes do presidente americano no ano passado, mas não contavam com a concessão das isenções, que derrubaram a cotação do petróleo WTI de quase US$ 80 em outubro para um piso de US$ 40 na véspera de Natal.

Os sauditas também sofrem a pressão na Opep e aliados a não renovar o corte de produção que possibilitou a retomada dos preços em 2019. A renovação será discutida em reunião da organização em junho, com a Rússia demonstrando oposição a manutenção ou ampliação dos cortes sob a alegação que preços maiores vão possibilitar entrada de novos competidores. Os sauditas apenas respondem que as decisões são para “equilibrar o mercado”, sem apresentar uma posição clara.

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