Criptomoedas

Seja Cripto ou Bolsa, cave abaixo do solo primeiro

22 mar 2018, 16:07 - atualizado em 22 mar 2018, 16:07

João Gabriel Chebante é CEO e fundador da Chebante Brand Strategy e presta consultoria para diferentes segmentos do mercado financeiro

Quem acompanha meus posts no Money Times sabe que, mesmo com mais de dois anos de experiência em diferentes segmentos do mercado financeiro, e montando uma startup neste segmento, meu histórico e DNA sempre foi dentro do marketing, como profissional e consultor.

Neste sentido, atendi diversos segmentos. E uma vez um “paitrocinador” de um casal dono de restaurante questionou meus métodos de trabalho, o que solidifica meu trabalho e que o fez contratar meus préstimos com o objetivo de acelerar os resultados. Papai era engenheiro civil e dono de construtora, e neste momento fui autor de uma frase que, mesmo com um estresse notório, depois fiquei devidamente orgulhoso:

Fulano, quando você levanta um hospital como sei que você o faz, realiza sem construir ou entender a fundação? Não tem um projeto por trás?

Ao longo dos últimos meses estive estudando e atuando como um “disseminador” da operação em bolsa de valores; com a SELIC a caminho de beirar 6% ao ano, não tem aplicação de renda fixa que proporcione ganho real ao investidor durante os próximos períodos, descontado inflação e impostos. O jeito é diversificar, e a renda variável é o segmento aonde realmente se constroem fortunas e se fomentam mercados.

O problema é, pensando como profissional de marketing, o macroambiente cultural é desfavorável: brasileiro nunca teve educação para poupar seu dinheiro, bem como possui carência (leia-se demanda reprimida) numa série de produtos e serviços. E quando o realiza o faz esperando ganhos exponenciais rápidos; acredita que rapidamente pode ser um Gordon Gekko do bem e em poucos meses ser literalmente vizinho do Michael Douglas.

Da mesma forma que o investidor de bolsa tem um ciclo em média curto porque quebra e/ou não tem tempo ou paciência para aprender a operar de forma lucrativa seu patrimônio nas completas operações que a Bolsa de Valores possui, me soou assustador saber que a quantidade de investidores em criptomoedas no país seria, durante o início do ano de 2018, maior que a de pessoas na BOVESPA. Sinal notório de pessoas ludibriadas pela perspectiva de ganho rápido e sem grandes esforços – algo muito parecido com o day/swing Trade para novatos em contratos de diferentes famílias.

Nas finanças, assim como na vida e nos hospitais interior afora, tudo é pautado nos fundamentos.

Conversando com um consultor financeiro de um banco nórdico meses atrás sobre uma palestra cujo tema aplicado na FGV-RJ era bitcoin, sua explicação foi fantástica:  “A questão não é se o bitcoin é bolha ou não, mas quando aproveitar sua cotação ao máximo antes que venha alguma correção”. Ou seja: entender os fundamentos da sua rápida ascensão e sair antes que o hype acabe, ou a jornada do herói apresente seu momento de provação. Como poucos se preparam ou estudam, a maioria perdeu dinheiro com a virada do mercado.

Nada diferente do que acontece com mudanças de humor nas bolsas de valores mundo afora e que impactam na perda de fortunas e/ou economias de uma vida inteira de pequenos e médios investidores.

Recentemente escrevi um artigo sobre construção de marcas aonde conto que, sendo filho único e com família muito pequena, minha referência sempre foi ler sobre pessoas bem-sucedidas para tentar aprender com elas o que não tinha em círculo familiar próximo – Ayrton Senna, base deste texto, hoje considero um dos principais profissionais de marketing que o Brasil já teve, por exemplo. Por ter de buscar em livros estas referências hoje sou leitor compulsivo.

Não é à toa que Warren Buffet dedica mais de 50% do seu tempo de trabalho para a leitura; ele é o mais educado dos investidores. JP Lemann, Soros e outros fazem a mesma coisa. Tal princípio tem valor tanto para investidores de ações e opções quanto de cripto moedas e agora suas respectivas ofertas iniciais (ICOs): o sucesso não está exatamente no flow da “obra” construída dia-a-dia, mas na compreensão dos fundamentos por trás de cada operação que esteja no seu radar.

Ou você acha que foi por onde o Oráculo de Omaha desenvolveu a construtora de sorte que o tornou um dos homens mais ricos do mundo?

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