Política

Se esquerda radicalizar, governo pode usar um novo AI-5 em resposta, diz Eduardo Bolsonaro

31 out 2019, 13:37 - atualizado em 31 out 2019, 13:37
Eduardo Bolsonaro
“Uma resposta ela pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através do plebiscito, como ocorreu na Itália”, disse Eduardo (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), afirmou em entrevista que o governo comandado pelo seu pai, Jair Bolsonaro, poderia lançar mão de um instrumento como o AI-5, adotado pela ditadura militar, caso a esquerda radicalize em sua atuação no país e destacou que seria “ingenuidade” não relacionar protestos populares que têm ocorrido recentemente em países vizinhos da América do Sul com o clima de confronto que ocorre no Brasil.

“Vai chegar a um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais e militares”, disse, em entrevista com a jornalista Leda Nagle, veiculada no canal dela no Youtube nesta quinta-feira.

“Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. Uma resposta ela pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através do plebiscito, como ocorreu na Itália, alguma resposta vai ter que ser dada porque é uma guerra assimétrica, não é uma guerra onde você está vendo o seu oponente do outro lado e você tem que aniquilá-lo, como acontece nas guerras militares. É um inimigo interno de difícil identificação aqui dentro do país, espero que não chegue a esse ponto, né, mas a gente tem que estar atento”, completou.

O AI-5, o mais duro dos atos institucionais editados pela ditadura em 1968, cassou mandatos parlamentares e suspendeu garantias constitucionais, criando condições para que a repressão estatal aumentasse contra os cidadãos.

Eduardo criticou aqueles que acusam que tudo é culpa do governo Jair Bolsonaro. “Tudo é culpa do Bolsonaro, percebeu? Fogo na Amazônia, que sempre ocorre –eu já morei lá em Rondônia, sei como é que é, sempre ocorre nessa estação–, culpa do Bolsonaro. Óleo no Nordeste, culpa do Bolsonaro. Daqui a pouco vai passar esse óleo, tudo vai ficar limpo e aí vai vir uma outra coisa, qualquer coisa, culpa do Bolsonaro”, disse.

Procurada, a assessoria do deputado não respondeu de imediato.

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