Salariômetro da Fipe mostra reajustes acima da inflação em fevereiro
Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini
As notícias até que são boas para um cenário econômico com mais de 12 milhões de desempregados no País. Segundo o salariômetro, indicador da Fundação de Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que acompanha os resultados de 40 pontos nas negociações coletivas entre sindicatos e empresas, em fevereiro o reajuste mediano – variação entre o maior e o menor aumento de salário no período – ficou em 4% em fevereiro, acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumula alta de 3,6% em 12 meses.
É o terceiro mês consecutivo de ganhos reais para o trabalhador, segundo os dados coletados pela Fipe na página Mediador do Ministério do Trabalho. Proporcionalmente, 69,2% dos aumentos negociados ficaram acima da inflação medida pelo INPC, 27,7% abaixo do índice e 3,1% iguais ao percentual da inflação. O Piso Mediano, entretanto, continua baixo: R$ 1.107, apenas 11% acima do salário mínimo do País que é de R$ 998,00.
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O reajuste médio nominal dos salários registrados nas negociações, porém, ficou em 2,9% em fevereiro, abaixo da inflação que deve continuar pequena em março e retomar sua trajetória crescente no período de abril a junho, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Segundo a Fipe, neste ano de 2019 já foram fechados 1.662 acordos coletivos, que são os pactos celebrados entre um sindicato de uma categoria e uma empresa. Deste total, 319 foram firmados apenas em fevereiro, sendo dois deles com redução de jornada de trabalho e salário.
Também foram firmadas neste mês 20 convenções coletivas, que são os acordos celebrados entre um ou mais sindicatos de empregados de uma categoria econômica e o sindicato patronal. No ano, já são 255 convenções, número 8% acima de 2017, ano em que a conclusão dos acordos coletivos travou, segundo avaliação da Fipe.
Contribuições para sindicatos
Os dados divulgados pela Fipe destacaram ainda que o valor mediano das contribuições recolhidas para os sindicatos é de R$ 128,00 por ano, o equivalente a 12% do salário mensal/ano. O levantamento mostrou também que as empresas participam do pagamento em 10% dos casos.