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Quer viver de day-trade? A cada dez, nove tem prejuízo

08 mar 2019, 12:19 - atualizado em 08 mar 2019, 12:22

Diante da escalada de novos CPFs na B3 (B3SA3), crescem o número de pessoas que tentam utilizar o day-trading como principal atividade profissional, seja pela alta taxa corrente de desemprego, seja pela expectativa de ganhar muito dinheiro.

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Neste cenário, os acadêmicos da FGV Fernando Chague e Bruno Giovannetti publicaram estudo a pedido da CVM sobre o tema, no qual provê informações sobre o retorno desta atividade para pessoas físicas que entram neste mercado.

Como base, foi utilizado banco de dados disponibilizado pela CVM, contendo a atividade completa dos investidores de 2012 a 2017 de todos day-traders que são pessoas físicas, de contratos de mini índice e mini dólar, onde se concentra mais a atividade deste nicho.

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“Apresentamos fortes evidências de que não faz sentido, ao menos econômico, tentar viver de day-trading”, disparam os acadêmicos, ao ressaltarem que, por exemplo 19.696 pessoas que começaram a fazer day-trade em mini índice entre 2013 e 2015; dessas, 92,1% desistiram.

Do restante que permaneceu, 1.558 pessoas que persistiram por mais de 300 pregões, 91% tiveram prejuízo e apenas 13 pessoas obtiveram lucro médio diário acima de R$ 300,00. “Os dados também mostram que o desempenho do day-trader não melhora à medida que ele persiste na atividade (na realidade, piora)”, aponta Chague e Giovannetti.

Em conclusão, os acadêmicos destacam que a última evidência é crucial e vai ao contrário do que é largamente propagado pelas corretoras: “de que day-traders melhorariam com a experiência e que, portanto, deveriam persistir”.

Confira abaixo paper completo dos acadêmicos:

Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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Graduado em Ciências Econômicas pela USP, tendo cursado mestrado em Ciências Humanas e em Economia na UFABC, Valter Outeiro acumulou anos de vivência no mercado financeiro através de passagens nas áreas de estratégia de investimentos dentro de private banks, em multinacionais produtoras de índices de ações e em redações de jornalismo econômico.
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