Petrobras avança mais de 2% e ensaia recuperação após interferência
Depois de registrar queda de mais de 7% na sessão da última sexta-feira (12) após a interferência do presidente Jair Bolsonaro, que vetou o reajuste anunciado anteriormente para o diesel, as ações da Petrobras (PETR4) operam com valorização de 2,52% nesta segunda-feira (15), negociadas a R$ 26,48, devolvendo assim parte das perdas.
Agora, o mercado aguarda o resultado de uma reunião que deve esclarecer as razões do reajuste.
A estatal admitiu que a União, controladora da companhia, pediu esclarecimentos após um anúncio de reajuste em 5,7% nas cotações do diesel na quinta-feira, mas defendeu que a decisão de cancelar a elevação de preço tomada mais tarde foi técnica, segundo comunicado na sexta-feira.
A petroleira acrescentou ainda que seu comitê de crise vinha acompanhando “cenário de potencial movimento grevista” por parte de caminhoneiros, insatisfeitos com os custos do combustível.
“Diante do anúncio do reajuste… e das ameaças de início de uma nova paralisação, a União alertou para o possível agravamento da situação e solicitou esclarecimentos à Petrobras sobre o reajuste proposto… diante desse cenário, a Petrobras decidiu, com base em avaliação técnica, que, por ora, não alteraria o preço do diesel”, explicou a companhia.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no sábado (13) que a interferência do presidente Jair Bolsonaro no reajuste do diesel pode ter sido motivada por preocupações com o efeito político da decisão, principalmente entre os caminhoneiros, categoria que quase parou o país em uma greve no ano passado.
Em Washington, para uma série de reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI), Guedes negou ter falado com Bolsonaro sobre o assunto, mas reconheceu os impactos da atitude do presidente.
Encontro marcado
Guedes se reúne às 14h30 no Palácio do Planalto com o ministro da Casa Civil, Ônix Lorenzoni para tratar da questão da intervenção. Na agenda do presidente Jair Bolsonaro, está prevista reunião com Guedes às 16 horas.