Cripto: quais foram os termos mais pesquisados em 2019?
Google Trends oferece um mecanismo valioso para medir o interesse em criptoativos. Neste artigo, olhamos às tendências de pesquisa que definiram cripto em 2019.
De áreas de crescimento a ideias que estão perdendo influência, as seguintes palavras-chave representam algumas das tendências mais nítidas de 2019, determinadas pelo volume de pesquisas do Google.
“CBDC”
O volume de pesquisas para CBDC — moeda digital de banco central — dispararam durante o segundo semestre de 2019.
O maior desenvolvimento nessa área é o yuan digital, que vai ser testado nas cidades de Shanghai e Shenzhen. Isso foi catalisado por uma enxurrada de desenvolvimento quando bancos centrais em todo o mundo perceberam que estavam sendo deixados para trás.
Em sua primeira coletiva de empresa com o Banco Central Europeu (BCE) no início de dezembro, Christine Lagarde resumiu a situação com um chamado urgente para a Europa se apressar: “precisamos estar na liderança”, afirmou ela sobre a criptomoeda, “claramente, existe uma clara demanda a qual precisamos atender”.
“Security token”
Google Trends mostra a ascendência da indústria de security tokens. O volume de pesquisa pelo termo aumentou nos últimos cinco anos e continuou em 2019 com o lançamento de várias novas plataformas.
Ao longo do ano, a SEC também reforçou suas ações pelo “guia de cumprimento” contra projetos de tokens duvidosos, que devem continuar em 2020, de acordo com Derek Schloss, diretor da Security Token Academy (STA). “A demanda por ativos digitalizados do mundo real continua a crescer a cada mês”, disse ele à Brave New Coin. “Eu espero ver intensificação em iniciativas dos legisladores e reguladores para criar ambientes seguros para os security tokens em 2020.”
“Staking de cripto”
Nós mestres (“masternodes”) foram a palavra no universo cripto no bull market (mercado de alta) em 2017, em que muitos fãs de altcoins esperavam ganhar criptomoedas suficientes para ganhar renda passiva ao fazer o staking de seu próprio nó.
Desde então, o volume de pesquisa por “nó mestre” diminuiu, mas o termo “staking de cripto” retornou em 2019.
É provável que o interesse crescente tenha sido estimulado pela Tezos, criptomoeda de proof-of-stake, que recentemente recebeu suporte na Binance, Coinbase Custody e Ledger Live.
De acordo com o economista Alex Krüger, esse pode ser apenas o início e “2020 pode ser o ano do staking” impulsionado pela transição da Ethereum para o algoritmo proof-of-stake.
“Empréstimo de cripto”
A explosão de protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) tornou o empréstimo de cripto em uma grande e crescente indústria em 2019. Essas plataformas e seus equivalentes centralizados começaram a oferecer aos emprestadores e credores taxas competitivas.
Essa popularidade crescente se reflete no volume progressivo e estável de pesquisas e no aumento nas garantias totais retidas nas aplicações DeFi, de aproximadamente 240 milhões a 680 milhões, de acordo com o site DeFi Pulse.
“Stablecoins”
Houve o crescimento das “andorinhas” de empréstimo com o desenvolvimento de outro segmento da indústria de criptoativos: stablecoins.
Os volumes de pesquisa mostram que o interesse em “stablecoins” continuou a crescer nos últimos 12 meses, provavelmente por conta do crescimento das DeFi e do contínuo volume de negociações em corretoras, particularmente de stablecoins lastreadas por dólar, como Tether, a USDC da Coinbase e o Gemini Dollar.
Stablecoins também apareceram no radar dos reguladores, pois autoridades ao redor do mundo manifestaram preocupação sobre uma possível ameaça à estabilidade monetária.
“Libra do Facebook”
Volumes de pesquisa para “Libra do Facebook”, que antes prometia ser a maior stablecoin de todas, seguiu uma trajetória diferente.
O interesse no projeto disparou quando foi anunciado em junho e, desde então, despencou quando os reguladores entraram em cena e deixaram claro que é improvável que a stablecoin ponderada por uma cesta de fiduciárias seja lançada conforme o planejado.
“Bakkt”
O volume de pesquisa por “Bakkt” seguem uma trajetória parecida com a da Libra, refletindo na entrada decepcionante de outro player convencional na arena cripto.
O interesse atingiu um auge no lançamento, em setembro, do produto de contratos futuros de bitcoin da Bakkt entregue fisicamente. Depois, já que é evidente que os volumes na plataforma foram relativamente baixos, o interesse se esvaiu.
O lançamento medíocre foi uma grande decepção para muitos, especialmente para aqueles que esperavam que a Bakkt tivesse um efeito otimista no mercado como o tão aguardado ETF de bitcoin, que também falhou em se materializar em 2019.
“ETF de bitcoin”
Apesar das iniciativas de Bitwise e outros, o ETF de bitcoin teve muitos imprevistos, pois agora uma aprovação parece mais distante do que nunca.
O interesse na pesquisa por “ETF de bitcoin” atingiu seu auge em abril, quando houve rumores sobre uma aprovação ter sido trazida por algoritmos de negociação, catalisando um rali repentino de US$ 5 mil no preço do bitcoin. Então, em maio, o interesse cresceu novamente quando a SEC adiou sua decisão sobre o pedido da Van Eck/SolidX.
Desde então, os volumes de pesquisa foram diminuindo já que ETF de bitcoin está sumindo da boca do povo.