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Oi fecha em alta de 0,93% com geração de caixa negativa; China Mobile teria interesse na tele

17 set 2019, 17:38 - atualizado em 17 set 2019, 17:36
Oi
As ações da companhia, nesta terça-feira, registram forte queda devido ao fato do saldo negativo na geração de caixa do mês (Imagem: Bloomberg)

Por Investing.com

No final da tarde de segunda-feira, a Oi informou que voltou a ter resultado negativo na geração de caixa em julho, com registro negativo de R$ 540 milhões no mês. Os dados foram anunciados pelo administrador da recuperação judicial, o escritório de advocacia Arnoldo Wald.

As ações da companhia reverteram a queda a fecharam em alta nesta terça-feira, com as preferencias (OIBR4) subindo 0,65% a R$ 1,56 e as ordinárias (OIBR3) com elevação de 0,93% a R$ 1,08.

O montante representa mais de três vezes em relação ao registrado em junho, quando obteve geração negativa de R$ 177 milhões. A administração da operadora diz que o resultado está “em linha com o fluxo previsto” no plano da recuperação judicial.

No mesmo período, a tele teve recorde de investimento desde o início da recuperação judicial, um total de R$ 702 milhões, um aumento de 29% em relação a junho. O Capex da Telemar foi de R$ 245 milhões (crescimento de R$ 39 milhões), enquanto da Oi Móvel foi de R$ 374 milhões (avanço de R$ 90 milhões); e da Oi S.A. totalizou R$ 83 milhões (aumento de R$ 54 milhões). Os números também estão dentro do plano estratégico de aceleração dos investimentos da companhia, principalmente em fibra ótica e de ampliação da rede móvel.

O grupo ainda teve aumento de R$ 259 milhões em recebimentos, totalizando R$ 2,369 bilhões no mês. A rubrica clientes mostrou aumento de R$ 120 milhões, totalizando R$ 1,616 bilhão, segundo a Oi, por conta do maior número de dias úteis (23, contra 20 em junho). Os recebimentos em serviços de uso de rede tiveram alta de R$ 38 milhões e chegaram a R$ 43 milhões.

Interesse chinês

A maior operadora de telefonia móvel do mundo, China Mobile, estaria interessada na aquisição da Oi e, para isso, teria pedido informações para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre as regras para operação no Brasil. As informações foram obtidas com exclusividade pelo site SUNO Notícias, da casa de análises Suno Research.

A informação coloca a companhia chinesa de novo no caminho para a compra da Oi, o que já havia sido considerado no passado, mas as negociações não caminharam. Agora, com a aprovação do PLC 79, que muda o marco regulatório do setor, as portas podem estar se abrindo para a chegada da gigante de telefonia móvel.

A publicação informa que a Anatel respondeu a solicitação da China Mobile informando que a chinesa necessita cumprir alguns requisitos para poder operar no país. E, eventualmente, de qualquer tipo de acordo com a Oi. Entre as exigências estão estabelecer duas empresas, adquirir espaços de radiofrequência obter registro em órgãos reguladores do país, cumprir requisitos eletrônicos e pagar uma taxa por cada licença.

De acordo com a SUNO, o documento informa ainda que, caso a chinesa adquira uma companhia brasileira, ela poderia pular algumas dessas etapas burocráticas. Além disso, nesse caso a China Mobile poderá conquistar espaço na rede brasileira sem precisar esperar novos leilões e adquirir rapidamente uma infraestrutura avançada.

Segundo os dados da consultoria Teleco, a telefônica chinesa detém, atualmente, 925 milhões de linhas de celulares ativas. Sua receita foi de cerca de US$ 107 bilhões (cerca de R$ 430 bilhões) no ano passado. O pedido à Anatel, segundo fontes do setor, demonstra que a China Mobile estuda oportunidades concretas de iniciar a operar no Brasil.

 

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