Opinião

Na crise ninguém quer gastar: então a culpa é de J.M.Keynes!

09 mar 2019, 9:03 - atualizado em 08 mar 2019, 18:37

Paulo Gala é economista e diretor geral da Fator Administração de Recursos

Na Teoria Geral do Juro do Emprego e da Moeda J.M.Keynes revolucionou o pensamento econômico ao mostrar que se ninguém gasta a economia para.

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Não existe mecanismo de mercado que faça com que as pessoas gastem o que ganham sempre e de maneira automática! Por isso a lei de Say (toda oferta cria sua demanda) não funciona nem no curto nem no longo prazo. Enquanto a pessoa fica pensando se vai gastar hoje, ou amanhã ou depois de amanhã o PIB já vai afundando!

As decisões de produção são diárias e vão se desdobrando no “tempo histórico”. O que impede os consumidores e empresários de gastarem é a incerteza sobre o futuro: em relação a emprego e renda e retornos de investimentos. Simples assim.

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A partir dessa constatação Keynes seguiu analisando como um “ente externo ao sistema” (governo?) poderia tentar evitar crises de “insuficiência de gasto”. Tratou do que seria possível fazer com política monetária (juros baixíssimos) e política fiscal (governo puxando gasto com investimento público em certas situações).

Alguma garantia de que isso funciona? Nenhuma! Se as pessoas insistirem em não gastar a economia continua parada. Alguém tem algum ideia melhor? Essa a situação hoje do Japão e Europa, com risco de se alastrar para EUA e Brasil!