Corretoras

Mirae faz acordo no Sul com escritório de consultoria que pode virar filial

28 mar 2018, 11:01 - atualizado em 28 mar 2018, 12:24

Por Ângelo Pavini, da Arena do Pavini

corretora coreana Mirae Asset fechou um acordo com a Casa dos Bancários, em Porto Alegre, para a montagem de uma empresa de consultoria financeira para atender a região Sul do país. A Casa dos Bancários pertence a Rafael Toro, e prepara gerentes de atendimento para o segmento de altíssima renda, ou ultra high networth. Eles fazem cursos preparatórios para as certificações de investimentos CPA 20 e 10 da Associação Nacional das Instituições dos mercados Financeiro e de Capitais e de planejamento financeiro CFP da Planejar.

A parceria prevê a montagem de uma empresa pela Mirae, por Toro e mais dois sócios, a Blue Capital, com uma equipe de 15 profissionais voltados para a altíssima renda, com clientes com patrimônio entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão, explica Pablo Stipanicic Spyer, diretor de Operações da corretora. Serão investidos inicialmente R$ 2 milhões no projeto.

O acordo é de dois anos prorrogáveis por mais dois, ao final dos quais a Blue Capital poderá se tornar uma filial da Mirae, após aprovação do Banco Central (BC). A meta é chegar a R$ 500 milhões de ativos sob gestão em dois anos. “Se as metas forem batidas, estudaremos a proposta de filial, dependendo do interesse dos sócios”, explica Spyer.

A proposta da Blue Capital é trabalhar com produtos financeiros para pessoas física. “Quanto mais diversificado e mais produtos, mais fidelizados os clientes serão à Mirae”, explica Spyer. Inicialmente, devem ser oferecidos ativos de renda fixa, como CDB, LCI e fundos, além de planejamento financeiro para aposentadoria e para proteção do patrimônio famíliar.

A Mirae tem hoje oito escritórios de agentes autônomos pelo país, mas não no mesmo formato acertado com a Blue Capital, explica Spyer. “Eles terão exclusividade para toda a região Sul”, afirma. A inauguração está marcada para 17 de maio.

A parceria reflete o crescimento do setor de corretoras, que passa por uma renovação após a recuperação da bolsa de valores e do aumento das aplicações em fundos multimercados e em ativos de renda fixa alternativos, como LCI e LCA e CDBs de bancos pequenos. O crescimento da XP Investimentos, que atraiu capitais estrangeiros, comprou concorrentes e depois teve 49% de seu capital adquirido pelo Itaú Unibanco, serviu de base para outras corretoras ganharem espaço com projetos parecidos. Recentemente, a Guide Investimentos foi comprada pela chinesa Fosun e outras corretoras, como a Easinvest, receberam aportes de fundos internacionais. A queda dos juros e a tendência de busca por investimentos alternativos, como fundos de gestores independentes, papéis de empresas isentos e ações, devem ajudar a ampliar os negócios dessas corretoras.

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