Mercado global em festa com possível corte de juro nos EUA em 2019; Ibovespa supera os 100 mil pontos
O Federal Reserve irá cortar o juro dos EUA em 50 pontos-base até o final do ano, avalia a equipe de análise econômica do Wells Fargo em uma análise enviada a clientes nesta quarta-feira (19) e obtido pelo Money Times após a decisão de manutenção do juro entre o nível de 2,25% e 2,5% ao ano.
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A notícia animou os mercados em todo o mundo. Nos EUA, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operam em alta. No Brasil, o Ibovespa superou os 100 mil pontos.
O economista global Jay H. Bryson chama a atenção para o “mapa de pontos” divulgado com as projeções dos 17 membros do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês). Em março, nenhum deles imaginava cortes em 2019.
O documento publicado hoje, contudo, indica que um membro vê uma mudança de 25 p.b. até dezembro. Outros sete projetam uma queda de 50 p.b., que é a mesma visão do Wells Fargo.
Gráfico de pontos do Federal Reserve mostra mudança em projeções
“A mudança no gráfico de pontos reforça nossa visão de que o Fed, na verdade, cortará as taxas em breve”, argumenta Bryson. O primeiro solavanco é esperado para 31 de julho e o segundo, provavelmente, em 30 de outubro.
O economista entende que a inflação abaixo do alvo do Fed e a falta de “munição” quantitativa (impressão de moeda, ou similares) atuam como itens favoráveis para um corte na “Fed Funds Rate”.
O comitê afirmou que aumentaram as incertezas no que tange à sustentação da expansão da atividade econômica e também do objetivo de inflação a 2%.
Incertezas
Outro ponto a ser lembrado é a incerteza criada pelas tensões em relação ao comércio internacional com a China.
“Se, no entanto, o presidente Trump e o presidente chinês Xi concordarem com um acordo comercial na próxima semana no G-20 que elimina as tarifas que os dois países impuseram do outro lado, então a necessidade de reduzir as taxas pode se dissipar. Por outro lado, no entanto, se as negociações se romperem completamente e os Estados Unidos aplicarem tarifas sobre os US$ 300 bilhões restantes em importações chinesas, então o Fom pode precisar reduzir as taxas”, conclui.