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Lavagem de dinheiro em cripto: bilhões foram movimentados em 2019

16 jan 2020, 13:00 - atualizado em 16 jan 2020, 13:00
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O que tem a ver criminosos e criptoativos adquiridos de forma ilícita? (Imagem: Medium/AQOOM)

Chainalysis, a partir de um trecho extraído de seu mais recente relatório Crypto Crime, analisou como criminosos estão fazendo a lavagem de seus criptoativos e os transformando em fiduciárias.

Analisando dados de blockchains, Chainalysis identificou como corretoras se tornaram os principais locais de criptoativos adquiridos ilegalmente por meio do uso de suas mesas de mercado de balcão (OTC).

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(Tradução feita a partir do gráfico fornecido pela Chainalysis)

De acordo com o relatório, Binance e Huobi contabilizam mais de 50% de todos os bitcoins ilegais recebidos pelas corretoras, um total de US$ 1,4 bilhão.

Nessas plataformas, um pequeno segmento de contas totais são responsáveis pela maioria dos bitcoins ilegais recebidos. Chainalysis sugerem que muitas dessas contas são corretores de mercado de balcão (OTC).

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(Tradução feita a partir do gráfico fornecido pela Chainalysis)

Corretores de mercado de balcão facilitam a maioria de todo o volume de negociações de criptoativos e são tipicamente associados às corretoras apesar de operarem de forma independente.

Muitos deles têm requisitos de KYC (identificação de clientes) significativamente menores para emergir e atender criminosos que fazem lavagem de dinheiro.

Chainalysis identificou 100 desses corretoras, chamados de “100 Trapaceiros” (Rogue 100), pois acredita serem os serviços que fornecem lavagem de dinheiro.

Os 100 Trapaceiros são negociadores extremamente ativos e receberam mais de US$ 3 bilhões em bitcoins durante 2019.

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(Tradução feita a partir do gráfico fornecido pela Chainalysis)

Chainalysis acredita que esses corretores de mercado de balcão são um facilitador principal de cada tipo de crime apresentado nesse relatório, ao fornecer “off-ramps” de fiduciárias.

Para combater essa prática, sugere que cada corretora realize auditorias mais aprofundadas sobre operações de corretores de mercado de balcão em suas plataformas e se certifiquem de que suas mesas de mercado de balcão tenham processos de KYC eficazes e disponíveis.

Desde que o bitcoin chamou a atenção geral, por meio do seu papel fundamental que ofereceu Silk Road, um antigo mercado ilegal e eminente, atividades ilegais têm sido uma mancha na reputação da indústria de criptoativos.

Conforme o aumento do escrutínio regulatório, é bizarro pensar em como algumas das maiores e mais poderosas empresas da indústria foram consideradas como facilitadoras dessas atividades de lavagem de dinheiro.

No entanto, isso talvez não seja tão surpreendente, considerando que a mesma dinâmica também existe nos serviços financeiros tradicionais.

O relatório ilustra os riscos inerentes na realização de atividades financeiras ilegais em blockchains públicos.

Apesar de suas características pseudonímicas, blockchains públicos são completamente transparentes desde o início, dado que cada transação é acrescentada a um registro público e aberto e compartilhada entre todos os participantes da rede.

Sem uma forte privacidade na camada-base, criptoativos vão continuar fornecendo compreensões não paralelas à economia de lavagem de dinheiro baseada em cripto, para a alegria das autoridades e dos reguladores.

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