Colunistas

Ivan Sant’Anna: mensagem ao investidor de nervos de aço

23 dez 2019, 10:39 - atualizado em 23 dez 2019, 10:39
Digamos que, de janeiro de 2016 para cá, alguma ação negociada na B3 tenha tido comportamento semelhante ao Ibovespa. Quem a adquiriu está ganhando 207% (Imagem: Inversa)

Caro leitor,

Em 26 de janeiro de 2016, o Ibovespa estava na marca de 37.511 pontos. Dilma era presidente e fazia uma trapalhada após a outra. Segurara os preços dos combustíveis e da energia elétrica e agora tentava correr atrás do prejuízo.

A inflação estourara, por larga margem, a banda superior da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional: 6,5% ao ano. O IPCA atingira 10,67%.

O dólar comercial era cotado a R$ 3,96, apenas um pouco abaixo do que está neste momento. Só que se aplicarmos a inflação no período, os 3,96 equivalem hoje a R$ 4,77.

Em todo o país, havia passeatas contra o governo do PT, a maioria dos manifestantes exigindo o impeachment da presidente da República. E o Ibovespa lá, vaiado, a 37.511.

Os investidores de maior visão perceberam que a situação era insustentável. Cedo ou tarde, Dilma cairia. Nesse caso, as coisas só poderiam melhorar, após a posse do vice Michel Temer.

Decorridos quase quatro anos, o índice fechou a 115.121, máxima de todos os tempos.

+ Você só precisa de 3 ações para poder ver seus lucros decolarem em 2020. Conheça aqui os melhores ativos.

Digamos que, de janeiro de 2016 para cá, alguma ação negociada na B3 tenha tido comportamento semelhante ao Ibovespa. Quem a adquiriu está ganhando 207%. Mas passou por diversos sustos. Daí eu chamar esse herói de investidor de nervos de aço.

Após o Ibovespa ter subido, em fevereiro de 2017, para 69.052 pontos, durante o governo Temer, no qual o Banco Central foi entregue à Ilan Goldfajn e a Fazenda a Henrique Meirelles, e diversas reformas importantes enviadas ao Congresso, nosso investidor hipotético foi surpreendido pelo Joesley Day. Nesse dia, 18 de maio de 2017, o índice caiu 8,8% para 61.557 pontos.

Os sustos não pararam por aí. Quando voava em altitude de cruzeiro a 87.652 pontos, o índice se deparou com a greve dos caminhoneiros. Mergulhou para 60.766. Será que o nosso investidor de “nervos de aço” aguentou o tranco? Tomara!

Após a posse de Jair Bolsonaro, a Bolsa foi praticamente uma festa. Muitos especialistas do mercado acreditam que o movimento se repetirá em 2020. Afinal de contas, os juros reais e nominais estão em suas mínimas, a inflação permanece sob controle e novas reformas liberais serão enviadas ao Congresso em fevereiro, após o recesso.

Apesar disso tudo, se eu fosse o “nervos de aço” que comprou ações no início de 2016, ficaria com o dedo no gatilho para realizar parte do lucro. Existe um perigo no ar e esse perigo se chama Jair Bolsonaro.

Eis o que disse dele o acadêmico e colunista Merval Pereira, na abertura de um artigo publicado em O Globo de anteontem, dia 21: “ O presidente Jair Bolsonaro vem numa escalada de falta de compostura que beira à insanidade”.

Trader e Escritor
Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Nas newsletters “Os Mercadores da Noite” e “Warm Up Inversa”, Ivan dá sugestões investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.
Uma das maiores referências do mercado financeiro brasileiro, tendo participado de seu desenvolvimento desde 1958. Atuou como trader no mercado financeiro por 37 anos antes de se tornar autor de livros best-sellers como “Os Mercadores da Noite” e “1929 - Quebra da Bolsa de Nova York”. Nas newsletters “Os Mercadores da Noite” e “Warm Up Inversa”, Ivan dá sugestões investimentos, conta histórias fascinantes e segredos de como realmente funciona o mercado.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.