Mercados

Ibovespa futuro cai com desidratação na Previdência e incertezas globais

02 out 2019, 9:34 - atualizado em 02 out 2019, 9:50
Congresso Nacional
Aprovação da reforma da Previdência em 1º turno no plenário do Senado com um destaque diminui economia (Imagem: Reuters/Adriano Machado)

Por Investing.com

A jornada desta quarta-feira inicia a sessão desta quarta-feira com perdas de 1,01% aos 103.070 pontos às 09h19, enquanto o dólar avança 0,13% a R$ 4,1631 após abrir a sessão com alta de 0,49% a R$ 4,1783.

A abertura em baixa é influenciada pelo temor de desaceleração global não ter deixado ileso os EUA após a divulgação do PMI da ISM ontem na mínima de 10 anos.

Além disso, o processo de impeachment do presidente americano Donald Trump parece ganhar força entre os deputados da Câmara dos Representantes e está no foco dos investidores.

Já a aprovação da reforma da Previdência em 1º turno no plenário do Senado com um destaque que diminui a economia estimada acelera as perdas.

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Cenário Interno

Inflação

Os preços de alimentação recuaram com força e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo ficou estável em setembro, após avanço de 0,33 por cento no mês anterior. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) informou nesta quarta-feira que o grupo Habitação foi o único a apresentar deflação no mês, de 0,99%, depois de avanço de 0,17% em agosto.

Habitação e Transportes, por sua vez, mostraram alívio na alta. Os preços de Habitação desaceleraram a alta 0,43% em setembro, de 0,89% no mês anterior. Já Transportes registraram avanço de 0,16%, de 0,27% em agosto.

Reforma da Previdência

Foi aprovada nesta terça-feira (1°), em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição da reforma da Previdência (PEC 6/2019).

Entre outros pontos, o texto aumenta o tempo para se aposentar, eleva as alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS (hoje em R$ 5.839) e estabelece regras de transição para os atuais assalariados. A proposta ainda precisa passar por três sessões de discussão antes da votação em segundo turno.

O texto foi aprovado com 56 votos favoráveis e 19 contrários. Para evitar uma nova análise da Câmara dos Deputados, que atrasaria a promulgação, foram feitas apenas supressões e emendas de redação.

Os pontos sobre os quais não havia consenso foram desmembrados durante a análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e passaram a tramitar como PEC paralela (PEC 133/2019), que também está sendo analisada pelo Senado.

A principal mudança prevista na PEC 6/2019 é a fixação de uma idade mínima (65 anos para homens e 62 anos para mulheres) para servidores e trabalhadores da iniciativa privada se tornarem segurados após a promulgação das mudanças.

Além disso, o texto estabelece o valor da aposentadoria a partir da média de todos os salários, em vez de permitir a exclusão das 20% menores contribuições.

Após a votação em primeiro turno do texto-base da reforma da Previdência, o Plenário do Senado votou quatro dos dez destaques que separavam trechos específicos para deliberação à parte.

Um deles derrubou as novas regras sobre o abono salarial, que restringiriam o benefício a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês.

Após a votação do destaque do abono, os senadores suspenderam a sessão, com seis destaques ainda pendentes de votação. Ela será retomada nesta quarta-feira (2), a partir das 11h.

Cessão Onerosa

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira que vai trabalhar para que a parte restante da PEC da cessão onerosa seja votada no plenário no final de outubro.

Parte da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi promulgada pelo Congresso Nacional, garantindo assim a realização de megaleilão de áreas de petróleo e gás no pré-sal, previsto para novembro.

O texto promulgado também prevê a distribuição de parte desses recursos a Estados e municípios, mas os trechos que definem os critérios dessa partilha permanecem em discussão na Câmara dos Deputados.

“A gente vai trabalhar para ampliar o número de sessões”, disse Maia, explicando que se comprometeu, em conversa com governadores na segunda-feira à noite, a realizar sessões nas segundas e sexta-feiras para agilizar o prazo de tramitação da PEC restante sobre o tema.

Cenário Externo

Brexit

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, divulgará na quarta-feira a oferta final do Brexit à União Europeia e deixará claro que, se Bruxelas não se envolver com a proposta, o Reino Unido não negociará mais e sairá do bloco em 31 de outubro.

Em seu discurso de encerramento na conferência anual dos conservadores, Johnson manterá sua linha dura sobre o Brexit, oferecendo ao partido fiel os primeiros detalhes do que ele descreverá como seu “compromisso justo e razoável”.

Johnson manterá sua linha dura sobre o Brexit (Imagem: Bloomberg)

Faltando menos de um mês para a saída britânica da UE, o futuro do Brexit – maior mudança comercial e de política externa do país em mais de 40 anos – é incerto. O Reino Unido pode sair com um acordo, sem um acordo ou sequer sair.

Impeachment Trump

Os líderes de três comitês da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos acusaram o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de intimidar testemunhas nesta terça-feira e disseram que fazê-lo é ilegal e “constituirá indício de obstrução”.

Mais cedo nesta terça-feira, Pompeo objetou com ênfase aos esforços da Câmara para obter depoimentos de cinco autoridades atuais e antigas do Departamento de Estado.

A Câmara controlada pelos democratas está analisando o pedido feito pelo presidente Donald Trump ao presidente ucraniano para que este investigasse um rival político, o pré-candidato presidencial democrata Joe Biden.

Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara, Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência, e Elijah Cummings, presidente do Comitê de Supervisão, fizeram seus comentários sobre Pompeo em um comunicado emitido em reação ao posicionamento do secretário.

Mercados asiáticos

O mercado acionário japonês recuou nesta quarta-feira depois que a atividade industrial dos Estados Unidos registrou a maior contração em mais de uma década, oferecendo mais evidências de que a guerra comercial entre EUA e China está desacelerando o crescimento global.

Pesquisa do instituto norte-americano ISM na terça-feira mostrou que a atividade industrial dos EUA caiu para a mínima de 10 anos em setembro, conforme a guerra comercial pesa sobre as exportações.

“Os números do ISM foram surpreendentemente baixos, e isso está tendo um impacto direto sobre as ações industriais do Japão”, disse Kiyoshi Ishigane, gerente de fundos do Mitsubishi UFJ Kokusai Asset Management Co.

Agenda Americana

Logo pela manhã, será divulgado o indicador que mede o número de vagas de trabalho geradas no setor privado dos EUA, apurado pela ADP. O consenso do mercado aponta para a criação de 140 mil novos postos, contra os 195 mil de agosto.

Bolsa londrina cai mas de 2% nesta manhã de quarta-feira (Imagem: Reuters/Toby Melville)

Bolsas Internacionais

Em Tóquio, o índice Nikkei recuou 0,49%, a 21.778 pontos. Em Hong Kong, o índice HANG SENG caiu 0,19%, a 26.042 pontos. Em Xangai, o índice SSEC permaneceu fechado. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shhezhen, não teve operações.

Na Europa, a quarta-feira mostra-se negativa para os principais mercados de ações. Em Frankfurt, o DAX tem queda de 1,35% aos 12.098 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE cede 2,06% aos 7.210 pontos. Já em Paris, o CAC recua 1,68% aos 5.503 pontos.

Commodities

Os negócios do minério de ferro e do vergalhão de aço estão suspensos nas bolsas chinesas em razão do feriado de comemoração de 70 anos da República Popular da China. Os ativos voltam a ser negociados na próxima terça-feira.

No caso do petróleo, a quarta-feira é positiva para os ativos. Em Nova York, o barril do tipo WTI soma 0,62%, ou US$ 0,33, a US$ 53,95. Já em Londres, o Brent avança 0,22%, ou US$ 0,13, a US$ 59,02.

Mercado Corporativo

NotreDame Intermédica

A empresa de planos de saúde Notre Dame Intermédica (GNDI3) informou nesta terça-feira que fechou acordo para compra da São Lucas Saúde, operadora da região de Americana (SP).

“Com a conclusão da transação, a companhia passará a deter, de forma indireta, 100% do capital social da São Lucas Saúde e o controle das demais entidades do grupo São Lucas”, afirmou a Notre Dame em fato relevante, acrescentando que o preço da compra de 312 milhões de reais será pago à vista na conclusão do negócio, acrescido o caixa líquido apurado e descontada uma parcela retida para contingências.

O Grupo São Lucas teve em 2018 um faturamento líquido consolidado de 229 milhões, com sinistralidade caixa de 80%.

Embraer – Boeing

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou nesta terça-feira que o diretor de relações com investidores da Embraer (EMBR3), Nelson Krahenbuhl Salgado, aceitou pagar 400 mil reais dentro de processo aberto por indícios de irregularidades na comunicação do acordo de compra do controle da divisão comercial da fabricante brasileira de aviões pela Boeing.

No início de julho do ano passado, a Embraer divulgou fato relevante sobre acerto de memorando de entendimento com a Boeing para a venda de controle de sua principal divisão e parceria na comercialização do cargueiro KC-390.

Segundo a CVM, o documento tinha informações incompletas, induzindo o investidor a erro, porque não informou que a nova empresa “teria um conselho de administração formado por membros indicados exclusivamente pela Boeing”. Além disso não mencionou que a Embraer indicaria um membro sem direito a voto para o conselho de administração da nova empresa e que “teria o direito de veto em relação apenas a certas matérias”.

MRV

A construtora MRV informou nesta terça-feira que vai convocar assembleia extraordinária de acionistas sobre a compra da norte-americana AHS Residential em até 21 dias, segundo comunicado divulgado ao mercado.

As empresas são controladas pela família Menin. Em 16 de setembro, a MRV anunciou a interrupção no processo de investimento na AHS para ouvir acionistas a respeito da proposta anunciada no início do mês.

Analistas de mercado avaliaram que a aquisição pode ajudar a MRV a diversificar operações para além do segmento Minha Casa Minha Vida, mas que não há sinergias claras. Observaram também na ocasião que o negócio pode lançar dúvidas sobre os padrões de governança da MRV, pois trata de transação com partes relacionadas.

“A companhia (MRV) recebeu os comentários de seus acionistas em relação a eventuais procedimentos adicionais que podem ser adotados pela companhia no que diz respeito à estrutura do potencial investimento a ser realizada na AHS Residential”, afirmou a construtora brasileira.

Minerva

A Minerva anunciou nesta terça-feira que assinou um memorando para formar uma joint venture com dois empresários chineses focada em distribuição de carne bovina na China.

O frigorífico afirmou que os empresários Xuefang Chen e Wenbo Ge serão sócios na empreitada com a Minerva e sua unidade internacional Athena Foods. Detalhes como valores financeiros, volumes de produtos e prazos não foram revelados.

Xuefang e Wenbo, distribuidores de proteínas na China, já são clientes da Minerva.

“Com o estabelecimento dessa joint venture…a companhia busca maximizar seus canais de distribuição na China, permitindo novas oportunidades de negócios, e de forma a atender à crescente demanda por proteína bovina na China, que hoje responde por aproximadamente 15% de todo o consumo global de carne bovina”, afirmou a companhia brasileira.

Carrefour

O varejista Carrefour Brasil informou nesta terça-feira que assinou acordo para compra de 49% da fintech Ewally , com opção de compra do controle após três anos.

“Plenamente alinhada com a estratégia de digitalização da companhia, esse movimento dá início à atuação no segmento de conta digital”, afirmou o Carrefour Brasil em comunicado.

A companhia afirmou ainda que o negócio permitirá acelerar o processo de transformação digital e inovação e ampliar seu ecossistema de pagamentos e distribuição de produtos e serviços digitais no Brasil.

A conclusão da operação está sujeita ao cumprimento de algumas condições. Detalhes financeiros da transação não foram informados.

Estatal oferece opção de Acordo Individual aos trabalhadores elegíveis, algo previsto na lei a partir da reforma trabalhista de 2017 (Imagem: EBC)

Petrobras

A Petrobras (PETR3;PETR4) informou nesta terça-feira que está oferecendo opção de Acordo Individual aos trabalhadores elegíveis, algo previsto na lei a partir da reforma trabalhista de 2017, após não obter acerto com funcionários sobre Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019-2020.

Segundo a nova legislação, disse a Petrobras, é elegível a acordos individuais o empregado portador de diploma de nível superior e que receba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social —no caso da Petrobras, aqueles com salário básico igual ou maior que 11.678,90 reais (base atual).

“Como não houve acordo (coletivo) até o dia 30 de setembro, como previsto no calendário da mediação (no Tribunal Superior do Trabalho), e como nesta data encerrou-se a vigência do ACT 2017-2019, a Petrobras está iniciando a migração para a legislação trabalhista vigente…”, disse a companhia em nota

Agenda de Autoridades

Jair Bolsonaro

A quarta-feira do presidente da República tem início com Café da Manhã com Deputados da Bancada do PSD, participando em seguida da cerimônia de Posse do Procurador-Geral da República, Augusto Aras.

Na parte da tarde, tem reunião com o deputado Estadual Frederico D’Avila (PSL/SP), participando em seguida da assinatura de acordos da nova fase da Operação Acolhida. Depois tem encontros com Senador Roberto Rocha, Líder do PSDB e com Dom Giovanni d’Aniello, Núncio Apostólico no Brasil.

Paulo Guedes

Reunião semanal com o Secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues;

Reunião com a bancada do PSD no Senado

Reunião com a bancada do PP no Senado

Reunião com a bancada MDB no Senado.