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Risco Lula derruba Ibovespa e impulsiona dólar em 1º dia livre

08 nov 2019, 18:08 - atualizado em 08 nov 2019, 19:33
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O Ibovespa caiu 1,98%, a 107.413,33 pontos (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa fechou em forte queda nesta sexta-feira, com investidores preferindo realizar lucros após decisão da Justiça de libertar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,78%, a 107.628,98 pontos, ampliando as perdas no final da sessão. O giro financeiro somou 20,2 bilhões de reais. O dólar fechou seu terceiro dia consecutivo de alta, negociado a R$ 4,16.

Com a queda, o Ibovespa reverteu o ganho acumulado da semana e terminou em baixa de 0,52%.

A Justiça Federal do Paraná colocou Lula em liberdade após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) da véspera de impedir prisão para um condenado em segunda instância.

Após ser solto da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpria pena desde abril do ano passado, Lula afirmou que vai percorrer o Brasil (Imagem: Facebook do Lula)

O analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, destacou que a decisão do STF trouxe insegurança jurídica e potencial instabilidade política futura, que, segundo ele, são dois assuntos que preocupam os investidores.

Após ser solto da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpria pena desde abril do ano passado, Lula afirmou que vai percorrer o Brasil. Ele disse ainda que fará um ato no sábado no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP), e que o candidato presidencial do PT na eleição do ano passado, Fernando Haddad, teve o pleito “roubado”.

No exterior, o norte-americano S&P 500 terminou o dia com variação positiva de 0,25%, enquanto investidores continuaram à espera de definições nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

Para a equipe do BTG Pactual, a volatilidade ainda não acabou e os mercados podem passar por uma realização de lucros no curto prazo.

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Destaques

A companhia também que espera efeito de 30 milhões a 40 milhões de reais de custos adicionais no futuro (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

CVC BRASIL (CVCB3) desabou 14,15%, após a operadora de turismo reportar o que o analista do Bradesco BBI classificou como “outro trimestre desafiador” para o período de julho a setembro. A companhia também afirmou que espera efeito de 30 milhões a 40 milhões de reais de custos adicionais no futuro em razão do colapso da companhia aérea Avianca Brasil.

BRF (BRFS3) caiu 4,2%, mesmo após lucro líquido de 446 milhões de reais nas operações continuadas no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de 860 milhões de reais um ano antes, em meio a efeitos tributários e queda sequencial em margens. Em teleconferência, executivos da companhia afirmaram que estão olhando para o quarto trimestre com otimismo em termos da demanda por alimentos no Brasil.

AZUL (AZUL4) e GOL (GOLL4) recuaram 3% e 4,5%, respectivamente, afetadas pela valorização do dólar ante o real, com a cotação à vista acima de 4,15 reais.

VALE (VALE3) recuou 1,86%, em dia de queda do preço do minério de ferro na China.

As ações da Iguatemi caíram após a apresentação dos resultados (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

IGUATEMI (IGTA3) desvalorizou-se 3,05%, apesar do balanço trimestral, que mostrou lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 168,5 milhões de reais, alta de 19,4%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

BR DISTRIBUIDORA (BRDT3) subiu 1,71%, na esteira de anúncio de programa de desligamento voluntário que trará redução estimada de despesas de cerca de 650 milhões de reais anuais.

PETROBRAS (PETR4) recuou 2,85%, após alta na véspera, mas afastando-se das mínimas conforme o petróleo melhorou no exterior.

BRADESCO (BBDC4) caiu 2,89% e ITAÚ UNIBANCO (ITUB4) perdeu 1,49%, pressionando o Ibovespa dado o peso relevante que ambos detêm na composição do índice.