Mercados

Gol e Azul despencam mais de 3%, em dia de queda do Ibovespa por crise EUA-Irã

03 jan 2020, 19:44 - atualizado em 03 jan 2020, 19:44
Irã Teerã Oriente Médio Turismo
Irã: reação de país a ataque dos EUA pressiona a bolsa brasileira (Imagem: Unsplash/@omidarmin)

O principal índice da bolsa paulista recuou nesta sexta-feira, seguindo os mercados internacionais, após um ataque dos Estados Unidos matar uma importante autoridade iraniana agravando as tensões no Oriente Médio.

O Ibovespa caiu 0,73%, a 117.706,66 pontos, mas avançou 1,78% na semana. O volume financeiro da sessão somou 29,1 bilhões de reais.

A cautela prevaleceu no plano internacional, após um ataque dos Estados Unidos no Iraque matar um importante comandante militar iraniano, escalando as tensões no Oriente Médio. Os EUA informaram que a ação visava interromper um “ataque iminente” que colocaria em risco os norte-americanos na região.

No pior momento da sessão, o Ibovespa caiu 1,2%. À tarde, as perdas foram esvaziadas e o índice chegou a operar no azul.

Para Raphael Guimarães, operador de renda variável da RJ Investimentos, a tensão no Oriente Médio pode ser prolongada com o desenrolar da história afetando o mercado no longo prazo.

“O mercado está aguardando o posicionamento do Irã sobre uma potencial retaliação aos EUA e as consequências que isso pode desencadear”, afirmou, acrescentando que espera que os preços do petróleo continuem sendo puxados no médio prazo.

Além do impacto no petróleo, mercados internacionais refletiram a preocupação de agentes com a questão. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300 caiu 0,17%, enquanto em Nova York, o S&P 500 perdeu 0,71%.

Destaques

Gol PN (GOLL4) eAzul PN  (AZUL4) despencaram 3,42% e 3,47%, respectivamente, com o setor aéreo prejudicado pelo salto nos preços do petróleo, com o recrudescimento da tensão EUA-Irã.

Azul
Azul: ações da empresa foram pegas pelo fogo cruzado entre Irã e EUA (Imagem: Ministério da Infraestrutura/ Alberto Ruy)

Petrobras PN (PETR4) perdeu 0,81% e Petrobras ON (PETR3) cedeu 2,47%, após terem segurando alta durante grande parte do pregão. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que tentou falar com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre riscos de uma possível alta de combustíveis no país.

Braskem PNA (BRKM5 disparou 4,44%, após acertar com autoridades federais e estaduais de Alagoas acordo de 2,7 bilhões de reais para reparação de prejuízos a milhares de vítimas de fenômeno de afundamento e rachaduras de solo que atinge a capital do estado há meses. A cifra inclui gastos com fechamento de poços de mineração de sal na região.

Usina da Braskem
Sob controle: redução de risco judicial ajudou papéis da Braskem (Imagem: Divulgação/Braskem/Facebook)

B3 ON (B3SA3) perdeu 2,88%, em sessão de ajuste após ter saltado cerca de 5,8% na véspera, na sequência de anúncio de redução e simplificação de tarifas.

Itaú Unibanco  (ITUB4) recuou 1,05%. Santander Brasil (SANB11) fechou estável, enquanto Bradesco PN (BBDC4) subiu 0,05%.

Natura
Natura: conclusão de aquisição da Avon alegrou investidores (Imagem: Gustavo Kahil/Money Times)

Grupo Natura ON  (NTCO3) saltou 6,97%, diante da conclusão da compra da Avon, que fará a companhia brasileira ser o quarto maior grupo de beleza do mundo.

Cyrela  (CYRE3) disparou 5,43%. Fora do índice, BR Properties (BRPR3) disparou 6,12% e Gafisa  (GFSA3) teve incremento de 4,53% estendendo o rali recente da construção civil.

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