Mercados

Petrobras cai após Bolsonaro dizer que tomaria providências sobre a alta dos preços

03 jan 2020, 19:32 - atualizado em 03 jan 2020, 20:04
Posto da Petrobras
“Nós temos uma linha de não interferir, acompanhar, buscar soluções”, disse Bolsonaro (Imagem: REUTERS/Ricardo Moraes)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta sexta-feira que, caso continue a alta do petróleo, após o ataque dos EUA ao general iraniano Qassem Soleiman, “com toda certeza” vai tomar uma providência.

“Com toda a certeza”, disse o presidente a jornalistas ao ser perguntado se será preciso tomar uma providência sobre a alta dos preços, após visitar a mulher, Michelle Bolsonaro, em um hospital em Brasília.

As ações da Petrobras (PETR4) caíram 0,81% e as ordinárias (PETR3) cederam 2,47% após terem segurado alta durante grande parte do pregão. Os preços do petróleo saltaram para seu maior nível em mais de três meses. O barril do tipo Brent fechou em alta de US$ 2,35 dólares, ou 3,6%, a US$ 68,60.

O Ibovespa caiu 0,73%, a 117.706,66 pontos

“Conversei com Almirante Bento (ministro de Minas e Energia), presidente da Petrobras (Roberto Castello Branco) e (o ministro da Economia) Paulo Guedes e nós temos uma linha de não interferir, acompanhar, buscar soluções”, acrescentou.

Bolsonaro afirmou ainda que, nessa hipótese, poderia apelar para os governadores.

“Vamos supor que aumente 20% (o petróleo), vai aumentar 20% o ICMS. Será que não dá para os governadores cederem? Todo mundo perde. Toda nossa economia é afetada nessa questão”, completou.

Jair Bolsonaro
O presidente não quis opinar sobre como o Brasil vê a atitude dos EUA em relação ao líder militar iraniano (Imagem: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

Bolsonaro disse ter conversado ao longo do dia com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e aprofundou a discussão do assunto e traçou uma estratégia de como proceder no desenrolar dos fatos.

“A coisa que mais me preocupa é a possível alta do petróleo, que esta em torno de 5% no momento”, disse. “Conversei com o presidente da Petrobras também, a exemplo do que aconteceu na Arábia Saudita o ataque de drones, em poucos dias voltou a normalidade e espero que aconteça agora também”, destacou.

O presidente não quis opinar sobre como o Brasil vê a atitude dos EUA em relação ao líder militar iraniano. Também não quis dizer se conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ordenou o ataque contra o iraniano Qassem Soleimani.

“Eu não tenho o poderio bélico que o americano tem para opinar neste momento. Se tivesse, opinaria”, disse, ao frisar que está descartada uma nota do Itamaray em relação à operação dos EUA.

Bolsonaro visitou Michelle, que passou por um procedimento cirúrgico e terá alta na manhã de sábado.

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