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Fundo de Fundos: uma alternativa de diversificação para fundos imobiliários

22 maio 2019, 7:15 - atualizado em 22 maio 2019, 3:18

Imóveis

Por Clube FII (Thiago Otuki)

Uma dúvida muito recorrente entro os investidores iniciantes em fundos imobiliários é sobre a alocação nos fundos de fundos ou “FOFs” (Fund of Funds). Cabe ressaltar, que essa estrutura de fundo de investimentos também é ofertada em outros classes de ativos como, por exemplo, ações. Nesses casos, são denominados no mercado como FIC (Fundo de Investimento em Cotas).

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Alguns interpretam como uma total “terceirização” da gestão dos recursos, pois, ao investir em um fundo que compra cotas de outros fundos – e essa alocação é realizada por um gestor profissional – o investidor delega totalmente a avaliação, estudo, gestão de riscos e estratégia de investimentos para este profissional/instituição.

A possibilidade de investir em fundo de fundos foi uma excelente forma de democratizar o acesso aos melhores gestores independentes do mercado que, normalmente, exigem por regulamento um investimento inicial elevado para o público em geral do varejo. Isso permite uma perfeita diversificação em todas as classes de ativos, pois, com poucos recursos já é possível em investir em um fundo que investe, por exemplo, em cotas de renomados fundos multimercados e de ações.

Atualmente, muitas corretoras e grandes distribuidoras de varejo, também adotam a estrutura de FIC que investe em um único fundo “master”.

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Essa estrutura também permite o acesso a fundos específicos com um valor de entrada reduzido em comparação ao investimento no fundo master que, muitas vezes, só é aberto para investidores “qualificados” e “institucionais”. Essas considerações são importantes para compreender os aspectos positivos desse tipo de estrutura de fundo de investimentos independente da classe de ativos que é composto.

Entretanto, no caso dos fundos imobiliários, essas barreiras que os investidores de varejo encontram nos FIAs e FIMs não ocorrem, pois as cotas dos FIIs são negociadas em bolsa e em unidades, ou seja, o fracionamento perfeito que permite a entrada em um fundo com um valor próximo a 100 reais na maioria dos casos.

Caso a B3 determinasse uma regra de negociação mínima em lote de 100 cotas (como no mercado acionário), tal fato criaria uma barreira para muitos investidores com carteiras menores. Então qual seriam as possíveis vantagens em investir em um FOF?

“Na prática, ao comprar tais fundos, estamos adquirindo carteiras que podem conter 15, 20 ou mais fundos imobiliários”

Os fundos de fundos que investem em cotas de FIIs são uma alternativa para investidores com poucos recursos e que desejam uma grande diversificação. Atualmente, temos 12 FOFs listados em bolsa e que possuem em sua composição cotas de outros FIIs.

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Na prática, ao comprar tais fundos, estamos adquirindo carteiras que podem conter 15, 20 ou mais fundos imobiliários. O investidor que tem pouco conhecimento ou não tem tempo para avaliar o mercado pode definir uma estratégia de investimentos em poucos fundos e compor uma grade parte nos FOFs dos gestores que considera competentes e que já mostraram resultados consistentes para os cotistas.

Mesmo os investidores que não estão dentro desse perfil, ou seja, tem ampla experiência e tempo disponível para compor sua própria carteira, ainda assim, podem pensar nas seguintes situações:

1 – Um FOF tem uma equipe especializada e dedicada integralmente ao mercado imobiliário o que, “em tese”, permiti uma visão ampla e estratégica para alocar e antecipar os movimentos do mercado de forma mais assertiva do que um único investidor que não tem a mesma estrutura, acesso a informações e tempo do que profissionais dentro de uma gestora de recursos;

2 – Na mesma linha do item anterior, uma equipe especializada teria maior sensibilidade para identificar fundos que respondem melhor à conjuntura econômica e setorial. Por exemplo, fundos que se beneficiam com a retomada do crescimento econômico ou a queda de juros e que os preços e dividendos respondem mais rápido. Ou ao contrário, fundos que são mais resilientes à retração econômica e ao aumento das taxas de juros;

3 – Maior facilidade para realizar ganhos de capital nos movimentos de realocação de carteira, assim como movimentos táticos compondo o portfólio com Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Movimentos que alguns gestores realizam dentro dos fundos calibrando os pesos entre “tijolo” e “papel” conforme a leitura do cenário e oportunidades de mercado.

4 – Por fim, um dos argumentos de maior vantagem efetiva de um FOF frente ao investidor pessoa física. Alocação em fundos imobiliários e CRIs via “Ofertas 476”. Ao contrário das ofertas via instrução CVM 400, uma Oferta 476 tem esforços restritos, já que pode ser feita para um número limitado de investidores e tais participantes tem que comprovar perante a CVM que são “Investidores Profissionais”, ou seja, o investidor de varejo não consegue acessar essas oportunidades diretamente – somente via FOFs.

Gostaria de ressaltar que tais fatos não nos levam a concluir que um investidor não é capaz de gerar resultados superiores a um FOF ou que todos devem ter algum e sua carteira de fundos imobiliários. Entretanto, é necessário entender que esse tipo de fundo é um importante veículo de investimentos para determinados perfis e que podem compor a carteira dos investidores mais experientes e qualificados em muitas situações.

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E o principal a ser avaliado em determinados intervalos de tempo. O gestor tem que demonstrar que realmente realiza uma gestão ativa e performa no longo prazo acima do seu benchmark. Caso não performe ou não comunique de forma objetiva suas estratégias é melhor o investidor avaliar de forma cuidadosa a manutenção desse fundo em sua carteira.

Para facilitar sua avaliação, elaborei a carteira “FUNDO DE FUNDOS” no Clube FII. Clique e veja os principais indicadores.

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Obrigado e até a próxima!

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