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Exclusivo: Binance inicia operação no Brasil aceitando reais

12 dez 2019, 8:30 - atualizado em 12 dez 2019, 9:21
A partir de 12 de dezembro, brasileiros e argentinos poderão comprar e vender criptomoedas na Binance, que passa a aceitar depósitos em Reais e Pesos Argentinos na sua plataforma através de parceria na Binance Fiat Gateway (Imagem: Wccftech)

Agora é oficial, a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo, iniciará hoje sua operação nacional, aceitando reais para transações de compra de criptomoedas.

Em uma conferência da Coinmarketcap realizada em Cingapura em novembro, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, CZ, fez vários anúncios importantes, um dos quais é que a Binance pretende dar suporte a 180 moedas para transações diretas com criptoativos em sua plataforma, operações conhecidas como fiat-to-crypto. O recurso estará disponível a brasileiros e argentinos a partir de hoje, que poderão comprar e vender criptomoedas na Binance, que passa a aceitar depósitos em reais e pesos argentinos na sua plataforma, a Binance Fiat Gateway.

A Binance possui o maior volume de transações do mundo e a maior quantidade de pares de negociação disponíveis. Atualmente, conduzindo suas operações a partir de Malta, a Binance oferece o comércio de mais de 150 moedas digitais e tem capacidade para processar mais de 1,4 milhão de pedidos por segundo.

Atualmente, a Binance suporta apenas 6 moedas fiduciárias – naira nigeriana (NGN) e rublo russo (RUB), euro (EUR), hryvnia ucraniano (UAH), lira turca (TRY) e tenge do Cazaquistão (KZT). Há poucos dias reportamos aqui nesse portal que a Binance pretendia iniciar uma operação nacional no Brasil e aceitando real como moeda de transações.

A Binance conseguirá fornecer o recurso fiat-to-crypto aos brasileiros e argentinos, através de uma parceria com a processadora de pagamentos, a Settle Network. Ambas criaram uma join venture, chamada de Latamex. Uma empresa argentina que opera com soluções bancárias em toda a América Latina. A nova plataforma para a América Latina será inicialmente lançada na Argentina e no Brasil para a compra direta de criptomoedas, incluindo Bitcoin (BTC), Binance Coin (BNB), Ethereum (ETH) e stablecoins, como BUSD.

(Imagem: Divulgação da Binance LATAM)

Em comunicado CZ, falou:

“Há uma grande demanda por criptomoedas na América Latina, especialmente por acesso facilitado a serviços financeiros. Aproximadamente 50% da população latino-americana é desbancarizada e a Latamex é uma resposta às demandas de nossos usuários e ao clima atual do mercado. A parceria com a Settle Network nos permite preencher instantaneamente a lacuna entre moedas fiduciárias e criptos para os traders latino-americanos. Continuaremos construindo novas parcerias com a Settle Network, para oferecer maior acessibilidade às criptomoedas na América Latina e apoiar novas moedas fiduciárias locais na região no futuro”.

Os planos da Binance, é lançar uma stablecoin atrelada à moedas nacionais, em cada local do mundo onde ela possua operação fiat-to-crypto, através do Projeto Vênus. A plataforma para essa iniciativa, que se pretende rivalizar com o Projeto Libra, é a Binance Chain. Leia mais aqui, no blog oficial da Binance.

Desde seu lançamento, em abril passado, a Binance Chain está operando com segurança e robustez e emitiu uma série de stablecoins, incluindo uma stablecoin indexada ao BTC (BTCB) e a Moeda Estável Binance BGBP (BGBP) vinculada à libra esterlina. A Binance fornecerá suporte técnico em todo o processo, sistema de controle de risco de conformidade e rede de cooperação multidimensional para construir a infraestrutura do Projeto Vênus, alavancando sua adoção.

As corretoras no Brasil, vêm há muitos anos em constante guerra com os bancos que encerram suas contas à revelia. Sem acesso à capilaridade dos bancos para realizar a ponte entre o dinheiro corrente e às corretoras, para efetivar a compra dos criptoativos, as corretoras se tornam inócuas.

Aceitar depósitos em reais é o principal gargalo a se vencer para qualquer bolsa de criptoativos que tenta se aventurar no Brasil. De acordo com Associação Brasileira de Criptoeconomia e Blockchain (ABCB) todas as bolsas operando no Brasil estão passando ou já passaram por problemas de fechamento de contas em bancos e sem aviso prévio por parte das instituições bancárias. Como já reportamos aqui.

Outras bolsas com presença internacional tais como Coinbene e Huobi já iniciaram suas atividades nacionais, mas nunca tiveram presença destacada justamente porque não aceitavam depósitos em moeda corrente. Leia mais sobre o mercado nacional de criptoativos aqui.

A solução da Binance, prescinde que ela tenha uma conta bancária no Brasil ou na Argentina.

A Binance já vem investindo em soluções de recebimento fiat-to-crypto em dois grandes mercados: África e Rússia. Na África eles lançaram uma solução completa de gateway de pagamento para o mercado nigeriano, leia mais aqui. Em outubro, CZ em conferência realizada na Rússia anunciou que a Binance passaria a aceitar depósitos em sua plataforma local em rublos, leia mais aqui.

Binance vem lançando vários operações locais em países como Uganda, Jersey, Cingapura e Estados Unidos. Sua plataforma nos EUA, por exemplo, adicionou recentemente a cobertura da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) para seus depósitos em dólares americanos.

 

 

Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
Leandro França de Mello é editor chefe do portal Cryptowatch. Escritor, palestrante, cientista de dados e empreendedor serial.
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