Internacional

Evans, do Fed, sinaliza apoio a novos cortes de juros

07 ago 2019, 16:36 - atualizado em 07 ago 2019, 16:36
Mas a economia, embora fundamentalmente em “bom” estado, enfrenta mais riscos do que apenas uma inflação muito baixa, disse Evans (Imagem: REUTERS/Ann Saphir)

O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) flexibilizou substancialmente a política monetária desde o final do ano passado, mas a inflação lenta e as preocupações com as perspectivas do lado do comércio podem implicar mais cortes nas taxas de juros, disse nesta quarta-feira o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans.

“Você poderia considerar, como eu considero, que a inflação sozinha exigiria mais acomodação na política monetária do que a que fizemos em nosso último encontro”, disse Evans a repórteres em uma entrevista anual em Chicago.

Mas a economia, embora fundamentalmente em “bom” estado, enfrenta mais riscos do que apenas uma inflação muito baixa, disse Evans, incluindo “negociações artificiais” com a China que criam volatilidade e incerteza para as empresas.

“Você pode ter a visão de que as coisas talvez tenham criado mais obstáculos contra isso, e seria razoável fazer mais… não sei”, disse ele, acrescentando que estará analisando dados e comentários comerciais para avaliar isso.

Preocupações com a gestão de riscos –a ideia de que o Fed precisa utilizar mais poder de fogo mais cedo contra uma potencial recessão quando os juros estão próximos de zero– poderia também argumentar por mais acomodação política, disse ele.

Na semana passada, Evans votou com a maioria do Fomc em prol de corte de 0,25 ponto percentual na taxa, para a faixa entre 2,00% e 2,25% e disse, antes da reunião, que os juros deveriam ser reduzidos em mais 0,25 ponto até o fim do ano para ajudarem a impulsionar a inflação de volta para a meta anual de 2% do Fed.

Evans repetiu essa visão nesta quarta-feira. Mas, embora espere que o PIB dos EUA cresça cerca de 2,25% neste ano e continue a ver um bom desempenho no mercado de trabalho, o presidente do Fed de Chicago ponderou que “se o mercado de trabalho começar a desacelerar…, isso será um risco, porque o consumidor tem sido o eixo central do crescimento”.

A incerteza causada pela guerra comercial dos EUA com a China, assim como os desdobramentos desse embate na economia global, estão aumentando. Três bancos centrais da Ásia reduziram as taxas de juros entre terça e esta quarta-feira, com reduções inesperadas na Índia e na Nova Zelândia.

“Eu tomei nota”, disse Evans. “Vamos digerir tudo o que está acontecendo.”

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