Estratégia da Cielo ainda não é suficiente para evitar mais perda de mercado, diz Santander
Os novos lançamentos da Cielo (CIEL3) anunciados na terça-feira (18) deixam claro o foco da empresa na venda de maquininhas ao contrário do aluguel, mas ainda não são suficientes para evitar a perda adicional de participação de mercado, avalia o analista Henrique Navarro do Santander em um relatório enviado a cliente hoje (19).
Demanda para novos produtos da Cielo é incerta, avalia Bradesco BBI
A empresa lançou duas novas inovações. A primeira é o pagamento por meio de QR Code. As maquininhas poderão receber esses pagamentos já com seis parceiros: Bradesco, Banco do Brasil, Alelo, Livelo, Agibank e PicPay. A companhia também tem planos de criar APIs para novos parceiros.
A outra novidade é a facilidade 2 em 1 da Cielo LIO +. O gadget é um smartphone que, acoplado com uma maquininha, pode receber cartões. O dispositivo será vendido pelos canais tradicionais e por operadoras de telecomunicações (Tim e Claro, inicialmente) e irá custar 12 vezes de R$ 89,90.
“Em nossa opinião, enxergamos que o lançamento da Lio+ mostra que não somente a marca Stelo (cuja aquisição se destinava à venda de máquinas ao invés do aluguel), mas também a Cielo passou a focar no segmento de venda maquininhas. Tal fato fomenta ainda mais o ambiente competitivo do segmento, uma vez que ainda não está claro quanta demanda existe para a Lio+ sem que ocorra uma canibalização da atual base de clientes da Stelo”, explica Navarro.
Ele considera válida as iniciativas da Cielo, visto que a companhia está se esforçando para permanecer competitiva dentro da indústria de adquirência, porém ressalta “que sua atual estratégia está aquém de evitar mais perda de market share/margem em virtude maior concorrência, rápida transformação da indústria, recuperação macroeconômica mais lenta e, por fim, mudanças regulatórias”.
A recomendação “abaixo do mercado” foi reiterada para as ações num horizonte de curto/médio prazo. O preço-alvo é de R$ 16.