Esquerda e Direita precisam do “centrão” para conquistar indecisos na TV
Durante o período entre 20 de julho e 5 de agosto os candidatos às eleições participam das chamadas convenções partidárias. Elas basicamente servem para definir as alianças entre os partidos. Neste ano, os partidos do “centrão” (DEM, PP, PRB e SD) estão discutindo se fazem uma possível aliança com o PSDB de Geraldo Alckmin ou com o PDT de Ciro Gomes.
Uma aliança com o “centrão” é muito importante para quem quer publicidade nas mídias tradicionais, pois a aliança terá cerca de 18% do tempo disponível para propaganda em TV e rádios. O horário político começa dia 31 de agosto.
Atualmente, o PSDB já tem 25% do tempo de rádio e TV, indicando que o partido tem aliança garantida com PSD, PTB, PPS e PV. Se o “centrão” se aliar, o percentual seria de 43%, e se o MDB se aliar, 55% (ou seja, mais da metade do tempo reservado para publicidade de candidatos pertenceria a partidos querendo eleger só um presidente).
Já caso o “centrão” se alie com o PDT, o percentual chegaria a 28%, contanto que o PSB também faça parte da aliança.
Outro candidato que está buscando uma aliança para ter um tempo no olho público é Jair Bolsonaro, do PSL: segundo notícias, o militar está tentando uma aliança com o PR, o que elevaria seu percentual de tempo disponível de 0% para 6%.
Em uma pesquisa divulgada pelo Banco BTG Pactual, o desejo de Bolsonaro de conseguir uma coligação se mostra natural: sem ela, tanto o candidato do PSL quanto Marina Silva seriam esmagados pelo volume de propaganda dos outros partidos nos veículos tradicionais.
Apesar das crescentes pesquisas envolvendo redes sociais, as campanhas televisionadas continuarão importantes neste ano: dados do Datafolha mostram que, mesmo em 2014, o número de pessoas que não sabia identificar os candidatos caiu 17% depois das transmissões publicitárias. Isso mostra que ainda há muitas pessoas que só começam a pensar em eleições com o início das propagandas de TV.
A aliança com o “centrão” e a preocupação com tempo no rádio e TV são formas de mudar a cabeça dos indecisos, que segundo o Datafolha, formam 33% da população, a cerca de 90 dias da eleição. É um número maior do que das últimas quatro eleições.
Publicidade na TV
A corrida entre José Serra, Garotinho e Ciro Gomes em 2002 mostra o impacto da grande mídia durante o período de propaganda obrigatória: a 120 dias da eleição, Ciro havia acelerado e chegado a 28%. A popularidade caiu assim que o PSDB conseguiu usar as propagandas na TV para falar sobre a vez na qual Ciro chamou um eleitor de “idiota” e também sobre os comentários misóginos que o candidato fez sobre sua própria esposa, Patricia Pillar. Com o ataque tucano, a popularidade de Ciro caiu pela metade.
Com isso, podemos prever que muitas coisas devem mudar no cenário político até o dia 7 de outubro. Veja abaixo uma agenda de tudo que vai acontecer até o fim das eleições.