Enfim, chegou a hora e a vez da Nova Petrobras brilhar na bolsa
A história não contada de crescimento, em quantidade de ativos. Este é a matriz da análise do BTG Pactual para a Petrobras (PETR3; PETR4), em relatório de início de cobertura das ações da estatal, com recomendação de compra e preço-alvo de US$ 20,00 para os ADRs (American Depositary Receipts, ativos da estatal listados em Nova York), upside (potencial de valorização) de 36% em relação ao último fechamento.
O banco ressalta a história da companhia de 65 anos e a adição de valor aos acionistas durante diversos momentos. “Contudo, após não ser uma companhia focada somente no refino, e na E&P (Exploração e Produção), eventualmente se transformou em player logístico, distribuição de combustíveis, químicos, fertilizantes, produtora de gás e biocombustíveis”, apontam os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares.
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Neste panorama, a despeito da criação de valor oriunda da diversificação das áreas de atuação, o BTG destaca negativamente o uso da máquina pública por políticos para influenciar alocações de capital, ocorrida durante os governos do PT.
Ganhos triplos
Para o banco de investimento, a intensificação do processo de diminuição da base de ativos via programa agressivo de desinvestimentos pode provocar ganhos triplos: (i) redução da dívida, pelo menor custos de capital e redução das ineficiências no balanço de ativos; (ii) melhor gerenciamento do management com aprimoramento da governança corporativa; (iii) redução do uso indevido por políticos, pela maior segurança institucional do novo governo.
Adiante, os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares destacam a venda do negócio de refino, pois se configurou na quebra do monopólio virtual das refinarias da Petrobras, carregando consigo mensagem poderosa: “uma das maiores fontes de mau gerenciamento (investimentos ruins) e uso inadequado político (controle nos preços de combustíveis) na história recente da Petrobras nunca será repetida novamente”
Petrobras tem o que o mercado quer
Os analistas Thiago Duarte e Pedro Soares veem a Petrobras como uma das poucas petroleiras globais com espaço para entregar algo que se tornou raro no mercado de petróleo: crescimento de produção.
Após a decisão de se tornar mais focada na exploração, que está em seu DNA, a estatal ainda pode entregar um avanço entre 5% a 25% em produção e resultados entre 2018 e 2021. Esta velocidade, lembram Duarte e Soares, também são raras.
“Perspectivas de crescimento mais fortes ajudam a justificar nossa visão de que os múltiplos de curto prazo podem subir”, alertam. O BGF analisa também que os investidores estão mudando a sua visão de que a Petrobras é altamente afetada pelo governo, o que pode mudar os seus fundamentos.
O plano de negócios anunciado recentemente apresentou uma meta de alavancagem bem-recebida de 1,5 vez a dívida líquida sobre o Ebitda esperado para 2020, reforçando o ponto de que os atuais 2,3 vezes são bons, mas “apenas na metade do caminho”, tornando-se uma sólida história de investimento, conclui o relatório.