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Empiricus: Fomos julgados por executivos de Itaú e Bradesco na Apimec

08 nov 2017, 10:34 - atualizado em 08 nov 2017, 10:42

Felipe Miranda

O sócio fundador e estrategista da Empiricus, Felipe Miranda, divulgou nesta quarta-feira (8) uma extensa carta rebatendo a decisão da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) que o suspendeu, e outros dois analistas, durante 30 dias por alguns email-s enviados a investidores com “garantia de retorno” que não alertavam corretamente sobre os riscos envolvidos.

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“Não aceito a decisão da Apimec, que considero arbitrária, e nego sua capacidade de punir os analistas, até que haja um representante do research independente entre meus juízes. Da mesma forma que uma associação de taxistas não pode julgar o Uber, as instituições financeiras não podem julgar o research independente”, explica Miranda em seu texto, acrescentando que o comitê julgador é formado por representantes dos bancos.

Segundo a Empiricus Eduardo Bocuzzi, relator do processo, é advogado do Itaú. Já os membros do CSA (Conselho de Supervisão do Analista de Valores Mobiliários) Alexandre Gartner e Geraldo Soares Leite Filho são, respectivamente, chefe de investimentos do Bradesco e Superintendente do Itaú. Eles avaliaram que os materiais continham expressões como “garantias de retorno” com o objetivo de alcançar novos investidores.

“Enquanto os bancos ou partes a eles relacionadas arbitrarem sobre o futuro da pesquisa de investimentos independente, a independência está natimorta. Não há sequer julgamento. A decisão está tomada a priori”, ressalta Miranda.

“Os e-mails possuem clara indicação de garantia de retorno de investimentos, com base em resultados obtidos no passado, induzindo os potenciais clientes da Empiricus a interpretações equivocadas quanto aos resultados de seus futuros investimentos”, disseram os membros da Apimec na decisão (disponível abaixo).

Para Miranda, só a CVM dispõe de competência, integridade e isenção para desempenhar o papel de polícia no mercado de capitais brasileiro. “Se isso escapar da CVM, estaremos imediatamente formando milícias privadas, com interesses privados. Sempre fui um admirador do trabalho da CVM, e assim continuo”, pontua. Veja aqui a íntegra de sua resposta.

A decisão:

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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