Mais uma elevação da gasolina dá mais vantagem ao etanol, mas compromete oferta
A leve demonstração de boa vontade que a Rússia deu ontem (23), sobre rever parte das restrições à produção de petróleo, foi tão neutra que pouco influi na bolsa de commodities em Londres.
Apesar da pouca liquidez, o que pode até estar levando a um movimento técnico – compra-se na véspera do feriado para tentar realizar lucro dia 26 – prevalece o sentimento de que os produtores (Opep+) vão seguir subtraindo a oferta.
Com o acordo comercial Estados Unidos-China colocando mais combustível na economia mundial, o barril de petróleo supera os US$ 67 em alta superior a 1% e deixa o setor sucroenergético ainda monitorando a situação.
A Unica, reportando as usinas associadas do Centro-Sul, deu que a produção de etanol na primeira quinzena de dezembro recuou 66,55%, e apenas 14 unidades tinham um restinho de cana para processar na quinzena atual.
Com o fim de safra e o etanol vindo de uma produção decrescente e os estoques queimados ante consumo de mais de 2 bilhões/litros mensais (dados da ANP), a alta de 6,23% no hidratado fica praticamente anulada (acumulado de 22,155 bilhões de litros).
Há 40/50 dias, vários agentes do mercado relatavam, inclusive aqui no Money Times, estoques estimados de 6 a 7 bilhões/litros para perto de três meses sem produção. A contabilidade é apertada.
É o caso de saber como ficará o balanço de oferta e demanda de etanol. Com o petróleo mais caro, se o governo promover mais um aumento da gasolina no começo do ano, o consumidor não terá vantagem alguma no etanol. Desde setembro, a gasolina foi reajustada três vezes.
A Petrobras (PETR3;PETR4) elevou o diesel recentemente e certamente promoverá repasse para a gasolina, tanto pelo preço do petróleo, acima de US$ 65/barril há semanas, quanto pelo câmbio, acima de R$ 4.