Mercados

Dólar fecha a R$ 4,23 em sessão de novos recordes históricos e atuação do BC

26 nov 2019, 17:45 - atualizado em 26 nov 2019, 19:24
O dólar fechou em alta de 0,59%, a 4,2398 reais na venda (Imagem: REUTERS/Marcos Brindicci)

O dólar até desacelerou a alta depois de dois leilões extraordinários promovidos pelo Banco Central no mercado à vista, mas ainda assim fechou com folga em nova máxima recorde nesta terça-feira, depois de ao longo do pregão disparar a quase 4,28 reais e cravar novo pico histórico também para o intradia.

A onda de compra de moeda foi deflagrada depois de declarações dadas na véspera pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, indicando que o dólar alto veio para ficar.

A força da moeda, contudo, também teve como respaldo a percepção de que o Banco Central estava hesitando em atuar no mercado cambial, o que forçou duas intervenções da autoridade monetária no mercado à vista.

No mercado interbancário, cujas operações se encerram às 17h, o dólar fechou em alta de 0,59%, a 4,2398 reais na venda, mais de 2 centavos acima da máxima anterior –de 4,2150 reais na venda, marcada na véspera.

Durante os negócios, a cotação cravou 4,2785 reais na venda. Na compra, a moeda foi a 4,2770 reais, superando com folga a taxa de 4,2482 reais na compra alcançada em 24 de setembro de 2015, quando os mercados domésticos sofriam com forte volatilidade logo depois de a S&P retirar do Brasil o grau de investimento.

Na B3, a taxa do contrato futuro de dólar mais negociado bateu uma máxima de 4,2775 reais.

No mês, o dólar salta 5,75% ante o real, que tem desempenho melhor apenas que o peso chileno, considerando uma lista de 33 rivais do dólar.

Mas a forte alta da cotação não tem animado alguns investidores por ora.

“Sigo neutro em dólar, não estou comprado na moeda. Acho que o mercado está muito esticado”, disse Luiz Eduardo Portella, sócio-fundador da Novus Capital. “Mas nessa época do ano quando tem muita saída de fluxo fica difícil ficar vendido”, ponderou.

O salto do dólar nas últimas semanas tem sido motivado em boa parte pela frustração com a perspectiva de fluxo, depois da falta de lances por parte de empresas estrangeiras no megaleilão de petróleo no começo de novembro.

O fluxo cambial está negativo em 21,910 bilhões de dólares neste ano.

Em evento em São Paulo nesta terça, o diretor de Regulação do BC, Otavio Ribeiro Damaso, disse que o BC estuda uma regulação no sentido de retirar alguns entraves para investimentos de menor porte no país, que acabam pouco viáveis para os investidores devido a custos de manutenção dos recursos no mercado interno.

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