Economia

Desde “crise JBS”, dívida pública saltou de 72% a 77%

21 fev 2019, 18:52 - atualizado em 21 fev 2019, 18:56
(Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil)

Desde que a “crise JBS” melou qualquer chance de avanço da reforma da Previdência durante o mandato do governo Michel Temer, em maio de 2017, a dívida bruta do setor público em relação ao PIB saltou de 72% a 77%.

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Este foi o lembrete feito pela equipe de análise da MCM Consultores a respeito da urgência de aprovação da nova Previdência. Segundo a consultoria, o novo projeto está em linha com a expectativa de uma proposição mais ambiciosa e abrangente do que a apresentada anteriormente, e ajustada para responder ao menos a algumas das críticas sofridas por essa.

“A proposta de Bolsonaro teria que ser mais ambiciosa do que a de Temer, primeiro, porque a cada dia que a reforma não é implementada as contas da previdência se tornam mais deficitárias, as despesas compulsórias do governo se aproximam mais do teto de gastos e a dívida pública se torna mais elevada”, ressalta a avaliação.

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Além disso, uma relevante desidratação do projeto no Congresso é virtualmente inevitável, como bem mostrou a trajetória da reforma na comissão especial da Câmara, ocorrida em um período no qual o ex-presidente parecia ter uma sólida base de apoio.

“A proposta teria que ser mais abrangente também, primeiro, porque para ser mais justa e, portanto, mais defensável frente à população, ela precisaria demandar sacrifícios do maior número possível de segmentos da sociedade. Em segundo lugar, porque, para ser mais ambiciosa, ela precisaria efetivamente tocar nos diversos grupos de benefícios relacionados à seguridade social. Neste sentido, cabe destacar que os gastos com aposentadorias por tempo de contribuição corresponderam a pouco mais de 30% do gasto total do regime geral de previdência social nos últimos dois anos que, por sua vez, é apenas uma parte do gasto total com aposentadorias e pensões no Brasil”, analisa a MCM.

Bolsonaros

Para a MCM, as perspectivas são piores do que se pensava há alguns meses, pela titubeante relação entre Executivo e Legislativo, pela inexistência de uma base organizada de apoio ao governo no Congresso e pelos ruídos e perigos gerados pela forma com a qual membros da família Bolsonaro “fazem política”.

“É possível que tais problemas sejam rapidamente superados, mas os riscos de negociações mais duras e atrasos na tramitação da reforma não podem ser minimizados”, conclui.