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Crise do varejo leva Forever 21 a pedir recuperação judicial

30 set 2019, 8:12 - atualizado em 30 set 2019, 8:12
Forte concorrência do comércio eletrônico e altos custos de aluguel são os principais motivos que levaram ao pedido de recuperação judicial (Imagem: Jeenah Moon/Bloomberg)

A Forever 21 entrou com pedido de recuperação judicial, somando-se à lista de grandes varejistas de moda que sucumbiram aos altos custos de aluguel e à forte concorrência do comércio eletrônico, o que reduziu as vendas de redes tradicionais.

Os documentos judiciais apresentados em Wilmington, Delaware, mostram que a Forever 21 estima passivos em uma base consolidada entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões. O Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos permite que a empresa de Los Angeles continue operando enquanto elabora um plano para pagar os credores e salvar o negócio.

A Forever 21 obteve uma linha de financiamento de US$ 275 milhões com credores tendo o JPMorgan Chase como agente, além de US$ 75 milhões em capital novo da TPG Sixth Street Partners e de fundos afiliados.

A empresa planeja deixar de operar a maioria de suas unidades internacionais na Ásia e na Europa, mas continuará as operações no México e em outros países da América Latina. As lojas devem continuar aceitando vales-presente, devoluções e trocas.

Antes popular entre adolescentes nos anos 2000 por seus designs de preço acessível, mas atraentes, as sacolas de compra amarelas da Forever 21 passaram a ser raridade nas ruas quando consumidores da Geração Z – nascidos a partir de 1998 – migraram rapidamente para o comércio eletrônico e marcas de streetwear nos últimos anos.

O pedido de recuperação judicial poderia ajudar a Forever 21 a se livrar de lojas não rentáveis e a levantar dinheiro novo, permitindo que a empresa privada e familiar reestruture o negócio em crise de olho em uma nova geração.

“O financiamento fornecido pelo JPMorgan e pela TPG Sixth Street Partners fornecerá à Forever 21 o capital necessário para efetuar mudanças fundamentais nos EUA e no exterior para revitalizar nossa marca e impulsionar nosso crescimento, permitindo-nos cumprir nossas obrigações contínuas com clientes, fornecedores e funcionários”, disse Linda Chang, vice-presidente executiva da Forever 21, em comunicado.

Em 28 de agosto, a Bloomberg havia divulgado em primeira mão que a Forever 21 se preparava para entrar com pedido de recuperação judicial.

A reestruturação da Forever 21 pode ser problemática para os principais proprietários de shoppings dos EUA, como o Simon Property e a Brookfield Property Partners, porque a rede é um dos maiores lojistas de shopping centers ainda de pé após uma onda de falências que esvaziou mais de 12 mil lojas nos últimos dois anos, e essas vagas podem ser difíceis de preencher.