Economia

Bradesco já vê juro básico Selic em 4,75% no fim do ano e até o fim de 2020

09 set 2019, 9:46 - atualizado em 09 set 2019, 9:49
Banco Central
Bradesco vê taxa básica de juros abaixo da projeção do mercado, cuja expectativa é de 5% ao ano; conforme o relatório Focus do Banco Central (Imagem: Reuters/Ueslei Marcelino)

Por Arena do Pavini

Após a divulgação de um IPCA bem comportado e sem grandes pressões, mesmo após a alta do dólar, o Bradesco (BBDC4) reduziu sua estimativa de juros básicos para o fim deste ano, para 4,75%, abaixo das projeções do mercado, que trabalha com uma taxa Selic de 5% ao ano, conforme o relatório Focus do Banco Central.

Apesar da desvalorização da moeda brasileira no último mês, com o dólar perto dos R$ 4,20, o Bradesco espera a continuidade do processo de redução de juros neste ano, que deve cair abaixo dos 5%, disse o banco em relatório.

Os preços de commodities em reais não se alteraram de maneira significativa nas últimas semanas, mantendo o cenário de inflação estável.

Em um ambiente de crescimento ainda moderado e sem sinais de retomada sustentada, o banco reduziu a expectativa de juros para 4,75% até o final deste ano e prevê a manutenção desse patamar até o final de 2020.

Olhando para diversas métricas de “valor justo” da moeda, todas apontam para níveis do dólar entre R$ 3,60 e R$ 3,80, abaixo, portanto, do atual patamar. De toda forma, incorporando a piora do cenário externo, o banco alterou a expectativa para o câmbio de 2019 de R$ 3,80 para R$ 4,0 e manteve a de 2020 em R$ 3,80.

Em relação ao crescimento, a desaceleração global em curso tende a ter um efeito contracionista importante sobre o PIB brasileiro e por isso o Bradesco também revisou a projeção de 2020 para 1,9%, enquanto manteve a de 2019 em 0,8%.

“Quando observamos os dados do trimestre passado, que surpreenderam para cima, notamos os efeitos positivos da política econômica adotada até aqui”, diz o banco. A construção civil e os investimentos cresceram mais do que o esperado, respondendo a uma taxa de juros menor, mas os efeitos globais prevalecem, neste momento.

Na avaliação do Bradesco, o resultado do menor crescimento global é o aumento da necessidade de estímulos ao crescimento, por meio da política monetária e da agenda de privatizações e concessões.

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