Mercados

Bolsa avança com nova alta da Petrobras; dólar volta a R$ 3,55

10 maio 2018, 17:46 - atualizado em 10 maio 2018, 18:04
Sabesp
As ações da Sabesp caem forte após reajuste tarifário abaixo do esperado

A Bolsa viu um cenário nesta quinta-feira (10) de céu azul em mais um dia de expressiva valorização das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e de 2,3% da Vale (VALE3). Os investidores surfam no efeito do petróleo elevado no mercado internacional, enquanto engatam mais um dia de resultados de peso para participantes do índice, como o Banco do Brasil. O dólar acompanha a melhora no mercado internacional e retorna ao nível de R$ 3,55 em baixa de 1,12%. Com isso, o Ibovespa terminou em alta de 1,89%, a 85.861 pontos.

As ações da Petrobras terminaram negociadas com forte valorização de 3,79% a R$ 25,72 para preferenciais e de 5,8% a R$ 28,80 para as ordinárias em meio a valorização do preço do petróleo e a retomada da confiança nos papéis das blue chips no mercado brasileiro. Somente na segunda semana de maio as ON (PETR3) acumulam ganhos de 19,25% e as PN (PETR4) de 15,46%.

“Apesar da apenas ligeira alta do preço do barril de petróleo na sessão, a Petrobras replicou o vigoroso avanço da véspera, na esteira de melhores prognósticos com a commodity em provável novo patamar, e mais uma vez capitaneou os ganhos do Ibovespa”, avalia a BB Investimentos.

No campo econômico, o mercado acompanha os números positivos da inflação. O IPCA registrou variação de 0,22% em abril. A taxa é superior aos índices de março deste ano (0,09%) e em abril do ano passado (0,14%), mas representa uma pequena variação de 0,92% em 2018 e 2,76% em 12 meses.

“A inflação benigna e menor do que o esperado entre janeiro e abril, a queda das expectativas inflacionárias em 2018-19 e a desaceleração da dinâmica real da economia (mais fraca do que a esperada no primeiro trimestre) encorajarão o Copom a honrar sua promessa e reduzir a taxa Selic pela última vez na próxima semana: por 25 pontos-base para um novo recorde de baixa 6,25%”, avalia o economista-chefe para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

Mercado Internacional

No mercado internacional, as principais bolsas americanas sobem com dados inflacionários mais leves e um dólar mais fraco. O Dow Jones avançou 0,8%, o S&P 500 0,94% e o Nasdaq 100 cresce 0,89%. O índice dólar, que mede a força da moeda frente a uma cesta ponderada de seis principais divisas, recuou 0,39% e chegou a 92,57 às 17h43, distanciando-se de 93,26, máxima de quatro meses e meio atingida na quarta-feira.

A moeda americana perdeu força depois que o Departamento do Trabalho informou que a inflação anual subiu 2,5% em abril, em linha com as previsões, mas a inflação mensal subiu 0,2%, menos do que o esperado. Os dados indicaram que o Fed manterá planos de dois aumentos adicionais de juros este ano, mas reduziram as expectativas de um ritmo mais agressivo de aperto monetário.

Ao mesmo tempo, outro relatório mostrou que os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA totalizaram 211.000 na semana passada, perto da mínima de quase 48 anos, indicando uma força contínua no mercado de trabalho. Além disso, O Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra votou por manter as taxas de juros do Reino Unido como estão em 0,5% e também deixou seu esquema de compra de ativos inalterado.

Banco do Brasil

Após reportar lucro líquido de R$ 3,02 bilhões nos três primeiros meses do ano, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) terminaram a sessão desta quinta-feira com queda de 3,67% a R$ 35,98. O resultado representa um avanço de 20,3%. No entanto, o número representou queda sequencial de 5,1%, após quatro trimestres seguidos de crescimento nessa medição.

Para a XP Investimentos, o resultado do maior banco privado brasileiro ficou em linha com o esperado pelo mercado nas principais métricas de rentabilidade e crédito. No entanto, em relação a qualidade e recorrência dos números, os analistas consideram o balanço marginalmente negativo.

Resultados

As ações da Totvs (TOTS3) subiram 3,61%, para R$ 31,60, após a empresa apresentar um lucro líquido de R$ 34,3 milhões, crescimento de 9,3% na comparação com um ano antes. A receita líquida cresceu 0,5%, a R$ 563 milhões e o Ebitda ajustado de R$ 96,8 milhões, avanço de 7,4% na passagem anual.

A analista Susana Salaru do Itaú BBA avalia que a receita líquida veio em linha com a previsão, mas o Ebitda ficou acima das expectativas, principalmente com a margem de 17%,2%. Para o banco, o forte crescimento no número de assinaturas, licenças impulsionadas pelo modelo corporativo e a melhora nas margens dos serviços, além das despesas gerais e administrativas, foram os destaques positivos.

As ações da Energias do Brasil (ENBR3) operaram com forte valorização de 3,77% a R$ 13,50, após a companhia apresentar balanço com lucro líquido de R$ 214,1 milhões no primeiro trimestre, resultado 58,9% superior ao do mesmo período do ano anterior.

A Coinvalores entende que o resultado foi positivo por mostrar um maior consumo na área de distribuição, além dos reajustes tarifários. A corretora avalia que os números da elétrica também foram favorecidos pelo maior volume de comercialização de energia, pela entrada em operação antecipada da usina hidrelétrica de São Manoel e pelo controle das despesas gerenciáveis. 

Sabesp

A autorização da agência reguladora do Estado e São Paulo (ARSESP), para que a Sabesp (SBSP3) reajuste as tarifas em 3,5070%, foi mal recebida pelos investidores fazendo com que as ações da companhia de saneamento paulista operem em queda de 6,08% a R$ 30,73. A proposta preliminar de reajuste era de 4,8%, que já era questionado pela companhia. A proposta da Sabesp era de 5,45%.

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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