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BNDES lança site para ampliar transparência e acesso a informações

14 nov 2019, 18:32 - atualizado em 14 nov 2019, 18:32
Gustavo Montezano, presidente do BNDES
Montezano afirmou que não se trata de abrir ou fechar da caixa-preta da instituição (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, anunciou hoje (14) o lançamento de uma campanha digital que vai utilizar redes sociais para prestar informações, de forma acessível, sobre todas as operações realizadas pelo banco.

A ação inclui a criação do hotsite BNDES Aberto para aumentar a transparência da instituição e permitir o esclarecimento de dúvidas.

O site inclui dez ações para facilitar a transparência do Banco e aprimorar o compliance, conjunto de regras internas para cumprimento de normas legais e das políticas e diretrizes do banco.

“Não é simplesmente uma ação que vai durar três ou quatro meses e estará concluída. É uma mudança de cultura no banco, uma ação permanente. O BNDES Aberto, que é como a gente está chamando a campanha. É um reposicionamento do banco. A ideia é que isso seja um estado permanente e fique na instituição daqui para frente”, disse, em entrevista na sede do BNDES, no centro do Rio, durante o anúncio do balanço do banco relativo ao terceiro trimestre de 2019.

Montezano afirmou que não se trata de abrir ou fechar da caixa-preta da instituição. “Queremos esclarecer para a população qualquer dúvida em relação à nossa governança e nossa transparência, e estarmos abertos para que as pessoas usem o BNDES com sua tecnologia, com seu conhecimento e seus serviços para melhorar a vida do cidadão”, afirmou.

Durante a entrevista, foi exibido o vídeo que será divulgado em redes sociais.

Logotipo do BNDES
O banco se comprometeu em aderir à Política Nacional de Dados Abertos (REUTERS/Sergio Moraes)

Ações

Entre as dez ações apresentadas, há o acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para compartilhamento de informações de pessoas físicas e jurídicas que mantêm relacionamento com o banco. Há, ainda, a adoção de rotinas automáticas para fazer o cruzamento de informações de outros órgãos públicos. Isso vai apressar o processo de análise dos clientes.

O banco decidiu ainda implantar uma corregedoria interna, em alinhamento com as melhores práticas de mercado e com orientações da Controladoria-Geral da União (CGU) e a contratação de auditoria forense externa para fortalecer a cooperação com órgãos de controle.

O banco se comprometeu em aderir à Política Nacional de Dados Abertos, que prevê a disponibilização de informações de suas bases de dados para a livre utilização pela sociedade.

“Somos a primeira estatal federal a fazer a adesão voluntária. Não somos obrigados, mas achamos que é saudável para o banco”, disse Montezano.

Empregados

Com as ações, ser possível também o compartilhamento de empregados com outras instituições de governo. “Isso vai trazer, ao longo do tempo, um corpo técnico mais conectado com outras esferas federais e estaduais. O funcionário fica um tempo trabalhando para outro órgão e volta trazendo mais conhecimento”, observou.

Entre as ações está o reposicionamento da carteira de mercado de capitais (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Reposicionamento

Entre as ações está o reposicionamento da carteira de mercado de capitais. Para aproximar melhores práticas, a instituição já tinha atualizado sua política de atuação em mercado de capitais, estabelecendo as principais técnicas utilizadas pelo banco para a valoração de ativos.

As técnicas devem ser aplicadas, de forma combinada, em operações associadas a participações com valor estimado em mais de R$ 1 bilhão.

Os desinvestimentos em companhias com participações mais elevadas serão submetidos ao conselho de administração da instituição. “Estamos elevando ao nosso órgão máximo de governança as decisões, o que torna o processo robusto e seguro também sob a ótica de aprovações.”

O foco será na ampliação da capacidade de geração de energia e aumento do acesso a serviços de esgotamento sanitário

Social

Segundo o presidente da instituição, o BNDES trabalha com as administrações públicas para estruturar projetos que beneficiem diretamente a população, entre eles, saneamento básico, segurança e iluminação pública. Também há projetos em andamento para melhorar a utilização de gás natural que podem baratear o consumo de energia e aumentar o aproveitamento das reservas.

O BNDES definiu também uma metodologia de planejamento estratégico. Antes baseada em horizontes de um ou cinco anos, com metas estabelecidas conforme volume desembolsado, passará a ter metas de três anos.

O foco será na ampliação da capacidade de geração de energia e aumento do acesso a serviços de esgotamento sanitário. As metas também estarão associadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O plano trienal será concluído ainda neste ano.

“A grande mudança que este plano vai trazer é a forma de olhar o valor gerado, que é uma forma menos financeira, vamos chamar de menos tradicional, uma forma mais de vida real, de mais impacto. É cada vez mais, tentando mensurar e direcionar nossas ações para o que causa melhor impacto para o nosso país e nosso cidadão. A parte financeira é um meio para este fim e não objetivo final.”

Estatais

Ao todo, até julho, o BNDES trabalhava na privatização de sete estatais e mantinha uma carteira de 31 projetos, com investimentos estimados em R$ 83 bilhões.

Atualmente, assessora a privatização de 20 estatais e trabalha na estruturação de 60 projetos de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), que têm investimento total estimado em R$ 191 bilhões. A previsão é que os projetos sejam lançados no mercado nos próximos três anos.

“Oportunamente, vamos comunicar de forma transparente cada um dos projetos, inclusive com status de acompanhamento de cada um deles”, disse Montezano.

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